A presidente Dilma Rousseff defendeu a criação do fundo soberano brasileiro e afirmou, durante entrevista a jornalistas nesta terça-feira, que é “estarrecedor que questionem a utilização do fundo” neste momento em que o Brasil cresce menos do que na época em que o fundo foi criado, em 2008. “Para que se faz um fundo soberano? É uma coisa muita simples. Nas vacas gordas, você tem dinheiro. Nas vacas magras, você tem menos dinheiro”, afirmou a presidente.

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Dilma destacou que a estratégia do então governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi criar fundo soberano em 2008, época em que o país crescia mais, com melhor desempenho e tinha arrecadação tributária maior. “O fundo tem uma característica contracíclica, ou seja, não age a favor do ciclo. Se o ciclo está ruim, ele aumenta o gasto para conter o ciclo. Se o ciclo está bom, ele segura o gasto e faz uma poupança”, afirmou, destacando que na época da criação do fundo era ministra-chefe da Casa Civil. “Sei perfeitamente em que condições o fundo foi formado.”

“O fundo foi feito porque o governo teve uma política muito, mas muito séria, sistemática, de guardar para o futuro, e agora é hora de usar”, declarou Dilma, destacando que agora o País cresce menos que naquela época e que não é possível comparar o Brasil com a Europa, porque o velho continente não tem esse tipo de estratégia.

Nesta quarta-feira, a candidata do PSB à residência, Marina Silva, afirmou que, ao usar recursos do fundo soberano para fechar as contas públicas, a presidente Dilma compromete a estabilidade econômica do País. “O uso dos recursos do fundo para socorrer as contas públicas é uma demonstração clara de que o atual governo está comprometendo a estabilidade econômica de nosso País.” Segundo ela, o governo errou “a ponto de um fundo que foi criado para ser usado em situação de extrema gravidade agora estar sendo utilizado”. Dilma declarou hoje na entrevista que “estranha muito” as críticas ao fundo soberano, afirmando que a carteira foi criada justamente para ser usada neste momento de menor crescimento.

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