Ao falarem da crise hídrica em São Paulo, no debate, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) repetiram discussões anteriores. Dilma acusou o PSDB de falta de planejamento para evitar a situação. O tucano, por sua vez, repetiu os argumentos de que a estiagem atingiu o Sudeste inteiro, não apenas São Paulo, e que a Agência Nacional de Águas (ANA) foi aparelhada e não cumpriu a função de fazer parcerias com o Estado.
“Infelizmente não tivemos a parceria da ANA. Como em outras agências, os técnicos são substituídos por apadrinhados políticos”, afirmou Aécio, que acusou o governo federal de não ajudar São Paulo com investimentos. O tucano também defendeu seu correligionário, governador do Estado, Geraldo Alckmin, dizendo que ele conduziu a situação de crise adequadamente, inclusive aprovado pela população que o reelegeu em primeiro turno. “Seu candidato aqui em São Paulo (Alexandre Padilha) fez campanha demonizando Alckmin”, disse Aécio a Dilma.
A petista voltou ao seu argumento de que a água é responsabilidade do governo estadual, mas que ainda assim seu governo ajudou. Ela citou financiamento federal de R$ 1,8 bilhão à obra do Sistema Produtor de São Lourenço. Dilma argumentou que, se fosse apenas culpa da estiagem, Estados do Nordeste também estariam sem água. E provocou citando o colunista da Folha José Simão. “Vocês estão mesmo fazendo o ‘Meu Banho, Minha Vida'”, disse em alusão ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Na resposta, Aécio disse que falta água em Estados nordestinos, em grande parte pelo atraso de obras estratégicas, como da transposição do rio São Francisco. Segundo o tucano, obra prometida para 2010 ainda está em ritmo lento de construção. Ele citou ainda a ferrovia Transnordestina e a refinaria Abreu e Lima como casos de orçamentos estourados e obras atrasadas na gestão da adversária.