A presidente cassada Dilma Rousseff disse que, depois que as denúncias atingiram outros partidos, notou uma mudança na forma de tratar o financiamento irregular de campanhas eleitorais. Nesta semana, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STF), Gilmar Mendes, disse que as empresas “optam” por doações via caixa 2 para evitar serem achacadas por outros políticos. “Por que será que ele fala sobre isso agora? É muito interessante. Eu passei uma campanha eleitoral e não escutei nada disso. Agora, como o assunto não tem como deixar de chegar ao PSDB, e já chegou, falam essas coisas”, disse.

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Para ela, os grampos das conversas entre membros da oposição, que acabaram sendo publicadas pela imprensa em 2016, revelaram que havia uma “conspiração” que “envolvia o PSDB”.

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Sobre o atual governo, Dilma afirma que a crise política “se deteriora” com a saída de ministros. “Vivemos uma situação indefinida no Brasil e ninguém sabe como as coisas vão se desenrolar”, disse.

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Durante debate em evento na Suíça, ela foi questionada sobre como, mesmo na posição de presidente do Conselho de Administração da Petrobras, não sabia da corrupção na estatal. “Essa pergunta não é simples”, disse. Segundo ela, há uma diferença entre o Conselho e a diretoria da empresa e “a corrupção é feita às escondidas”, com “modelos sofisticados”. Dilma reivindicou para seu governo a descoberta da corrupção na estatal petrolífera. “Sabe como descobrimos? Via um doleiro”.

Dilma voltou dizer que sua chapa na campanha eleitoral de 2014 não recebeu recursos ilegais. Em dezembro, o Estado revelou que pelo menos a delação de um executivo da Odebrecht indicou que a chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e Michel Temer recebeu dinheiro de caixa dois da Odebrecht durante a campanha presidencial de 2014.

A presidente cassada está na Suíça para uma série de eventos. Nesta sexta-feira, foi recebida por organizações internacionais, numa agenda programada para ocorrer no mesmo momento em que o Brasil reassume uma cadeira no Conselho de Direitos Humanos da ONU. O Estado apurou que a diplomacia brasileira se irritou com o tratamento concedido pelas entidades à ex-presidente.

A agenda incluiu um encontro com o diretor máximo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, com o Conselho Mundial de Igrejas e com lideranças parlamentares da Suíça.

Neste sábado, ela ainda será a principal convidada de um festival de cinema que se transformou no mais importante evento paralelo às reuniões de direitos humanos da ONU. Na segunda-feira, 13, ela dará uma palestra num dos principais centros de estudos internacionais da Europa.