A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje, em depoimento à juíza Pollyana Kelly Martins Alves, da 12ª Vara da Justiça Federal, que só teve conhecimento da existência do esquema do mensalão pelo que foi noticiado pela imprensa.

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De acordo com relato de uma das pessoas que assistem o depoimento, a ministra afirmou que não foi feito a ela qualquer pedido de vantagem financeira por parte do ex-deputado José Janene ou de qualquer outra pessoa para a aprovação no Congresso da reforma da legislação do setor elétrico. A ministra fez a afirmação ao responder uma pergunta do advogado Marcelo Leal, que tem o deputado José Janene como cliente.

Ao advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, autor da denúncia do esquema do Mensalão, a ministra relatou que conheceu o deputado na época da discussão do marco regulatório do setor elétrico.

Jefferson, de acordo com o relato da ministra, foi ao Ministério de Minas e Energia para discussões com a bancada do PTB. Ainda de acordo com uma das pessoas que acompanharam o depoimento de Dilma, a ministra negou que Roberto Jefferson tenha feito qualquer indicação ou pedido para indicar pessoas para cargos nas comissões do setor elétrico.

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O advogado perguntou se ela identificou na Casa Civil algum documento que comprovasse que Roberto Jefferson teria avisado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o esquema. Ela respondeu que não achou nenhuma notícia crime dada pelo Roberto Jefferson para o presidente Lula ou uma queixa relativa a isso.

O depoimento está demorando porque nem a juíza, nem os advogados levaram aparelhos para gravar. Com isso, as perguntas são repetidas e repassadas para o taquígrafo.

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A ministra Dilma Rousseff presta depoimento como testemunha no processo sobre o esquema do Mensalão, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Indicada como testemunha pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, a ministra usou a prerrogativa de escolher o local do depoimento.