Fiscalização

Dilma diz que rigor do TCU pode prejudicar Copa 2014

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, em Curitiba, que o excesso de rigor de órgãos de fiscalização como o Tribunal de Contas da União (TCU) pode prejudicar o cronograma de obras visando a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

Dilma, que visitou o centro de referência em tratamento do câncer do Hospital Erasto Gaetner, comentou o relatório do TCU que recomendou, na terça-feira, a suspensão de 41 obras federais, treze delas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Depois dizem que o PAC está atrasado. É claro que o PAC vai atrasar, não tem outra forma. Não sou contra a fiscalização, mas tem de haver a compreensão de que só se paralisa obras em última instância e não por encontrar algum indício de possível irregularidade”, disse a ministra. “Quando se paralisa obras, criam-se esqueletos, prejuízos desnecessários. Teremos uma quantia enorme de obras daqui para frente, principalmente por conta da Copa do Mundo e essa onda de paralisação, se continuar nesse ritmo, nos trará problemas sérios na questão dos prazos”, disse, seguida pelo ministro do planejamento Paulo Bernardo. “Ainda nem definimos o que faremos para a copa, mas já existe uma série de comissões de fiscalização. Vamos ter que pedir para a FIFA adiar a Copa para 2018, 2022”.

A visita da ministra ao Paraná reacendeu a esperança do PT local de conseguir compor aliança com o PMDB e o PDT juntos. O governador Roberto Requião acompanhou Dilma na capital e ofereceu um jantar em sua residência oficial.

“Aqui no Paraná estamos avançados nas tratativas com o PDT, mas o governador Requião já ouviu até do presidente Lula o quanto queremos que ele esteja conosco. Temos o PMDB no nosso governo e podemos apresentar para o Brasil um resultado muito bem sucedido deste projeto. Temos que dar continuidade”, declarou.

Questionada se o governador tem dado trabalho nessa articulação do PT, Dilma disse que “as melhores coisas dão trabalho, assim como temos dado bastante trabalho a ele, e ele reclama muito. Mas essa parceria vem transformando o Brasil”.

Requião disse que conversaria sobre qualquer assunto com a ministra, por considerá-la sua amiga pessoal, mas classificou a tentativa de uni-lo ao PDT do senador Osmar Dias como “uma questão sem solução”.

“As divergências são enormes, não temos nenhuma afinidade, não há como”, disse o governador. Dilma não quis comentar a possibilidade de o presidente do Banco Central, Henrique Meireles, que se filiou ontem ao PMDB ser candidato a vice-presidente em sua chapa. “A escolha de seus candidatos caberá a cada partido”, resumiu.

Dilma visitou o hospital especializado em câncer na semana em que foi declarada curada da doença, e se disse comovida com a recepção que teve. “Em todo esse processo vivi momentos emocionantes. O carinho do brasileiro é comovente. E o que vi e ouvi aqui foi especial. É assim que se combate o câncer, com ciência, humanismo e fé”, disse a ministra que se declarou forte, feliz “e pronta para o que der e vier”.

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