No almoço oferecido aos senadores do PMDB no início da tarde, no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff declarou que deseja manter uma “relação boa” com a bancada. Segundo o relato de um dos senadores que participaram do encontro, Dilma abriu a reunião justificando a ausência do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. Nesta manhã, a Comissão de Agricultura da Câmara aprovou a convocação de Palocci para explicar aos deputados sua evolução patrimonial.

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Segundo esse senador, Dilma relatou que Palocci não participaria do almoço porque estaria reunido com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para tratar de outros assuntos do governo. Ainda segundo a fonte, a crise envolvendo o chefe da Casa Civil não foi abordada durante o encontro, que foi marcado pela cordialidade entre a presidente e os senadores. Da bancada de 19 senadores, não compareceram Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Lobão Filho (PMDB-MA), que está hospitalizado.

Empenhada em se aproximar dos aliados, Dilma afirmou que encontros como este vão se tornar “rotina” a partir de agora. Ela enfatizou a importância de governar em sintonia com os três poderes. “Ninguém governa só com o Executivo”, disse Dilma, segundo relato do senador Waldemir Moka (PMDB-MS). Na última segunda-feira, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, declarou em entrevista à rádio Estadão ESPN que o governo não precisa do Congresso para governar.

Código

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Coube a Moka expor a Dilma o entendimento favorável à emenda 164 do Código Florestal, que o Planalto pretende derrubar no Senado. O senador sul-mato-grossense defendeu a emenda, de autoria do PMDB, que anistia os produtores que desmataram Áreas de Preservação Permanente (APPs) até 2008.

Moka alegou que o texto alvo de polêmica “não anistia os desmatadores”, porque a situação deles pode ser regulamentada, ficando a multa pelo desmatamento sub judice. No entanto, Dilma ponderou que se preocupa com a repercussão internacional da aprovação do código nos termos em que foi avalizado pelos deputados.

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Os senadores também reclamaram das Medidas Provisórias, que chegam ao Senado em cima da hora, sem tempo hábil para que eles possam aprimorar o texto. Dilma comprometeu-se com os senadores a conversar com o presidente da Câmara, Marco Maia, e com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a fim de encontrarem uma solução para o problema.

O Planalto vetou o acordo construído pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), quanto à proposta de emenda constitucional (PEC) que modifica o rito das MPs. O relatório do senador Aécio Neves (PSDB-MG), acordado com Jucá, admite que uma Medida Provisória seja revogada por uma comissão, antes de chegar ao plenário.