Mudança pontual

Dilma diz que não tem e nem fará reforma ministerial

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (19) que não promoverá uma reforma ministerial e que a demissão nessa quarta-feira (18) de Cid Gomes (Pros) da Educação foi “pontual”.

“Vocês (imprensa) estão criando uma reforma de ministério que não existe, são alterações pontuais”, disse Dilma, após participar de cerimônia de lançamento de um pacote de modernização do futebol, no Palácio do Planalto.

Para Dilma, reforma ministerial é uma “panaceia” que não resolve os problemas. “O que resolve problemas nós estamos colocando em prática, como essas medidas”, disse. “Não tem reforma ministerial. Não adianta vocês (imprensa) botarem que tem reforma ministerial porque não tem. Não vou fazer”, emendou.

Questionada se devolveria a pasta da Educação para o PT ou a entregaria para o PMDB, Dilma reagiu e respondeu que o MEC “não é dado a ninguém”. E acrescentou: “Vou escolher uma pessoa boa para a Educação, e pessoa deste, daquele ou de outro partido”. Ela prometeu, no entanto, que fará a nomeação “o mais rápido possível”. “Nos próximos quatro anos serão construídas as bases para a educação”.

Nessa quarta (18), após uma tumultuada sessão na Câmara na qual acusou o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ser um dos “achacadores” aos quais se referiu em uma fala recente e foi chamado de “palhaço” por parlamentares, o então ministro Cid Gomes foi demitido por Dilma.

O PMDB, principal partido aliado, chegou a ameaçar deixar a coalizão governista caso o ex-governador do Ceará não deixasse a Esplanada dos Ministérios. Dilma foi questionada há pouco se a Secretaria de Comunicação Social – que produziu um documento alegando que o governo vive um “caos político” – também poderia trocar de mãos.

“Estou fazendo uma alteração pontual no MEC. Eu não tenho perspectiva de alterar nada nem ninguém”, afirmou Dilma. “Mas as circunstâncias às vezes obrigam você a alterar, como foi o caso da Educação”, acrescentou.

Ela rechaçou o teor do texto elaborado pela Secretaria de Comunicação Social, hoje comandada por Thomas Traumann. A redação aponta uma comunicação “errada” e “errática” do Palácio do Planalto. “Estou dizendo que (o documento) não foi discutido dentro do governo. Não é um texto oficial do governo e o governo não o reconhece”.

A presidente evitou responder sobre sua relação com a base do governo, hoje conflagrada no Congresso. Mas exemplificou que, na elaboração das propostas de refinanciamento de dívidas de clubes em troca de regras de governança, houve amplo diálogo e o governo teve capacidade de “escutar todos os lados”.

Outra agenda positiva deve ocorrer na semana que vem, segundo anunciou Dilma. Trata-se de uma nova revisão da lei do Supersimples – sistema de tributação diferenciado para pequenas empresas – que traga faixas de transição entre os diferentes faturamentos que definem o recolhimento de impostos que resultem no “fim do abismo fiscal”.

“O Brasil tem hoje todas as condições para superar este momento de dificuldades e encontrar caminhos sustentáveis”, resumiu.

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