A reforma política terá lugar de destaque no programa de governo da candidata do PT à Presidência. “Quero dizer com todas as letras aos partidos políticos: não dá mais para adiar esta reforma”, disse Dilma Rousseff hoje, durante a convenção que formalizou sua candidatura ao Palácio do Planalto. A mudança no sistema tributário também voltou a ser apontada pela ex-ministra como uma das prioridades, mas a petista também apresentou propostas para outras áreas que deverão ser trabalhadas em sua gestão.

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Dilma deixou claro que cobrará dos aliados, em especial do PMDB, participação efetiva para conseguir deslanchar a reforma política, que sempre encontrou resistência entre os partidos. Depois de enaltecer a importância dos peemedebistas ontem, quando confirmaram o nome do deputado Michel Temer (SP) para compor a chapa petista, Dilma afirmou que é preciso “unir o melhor das nossas energias” para conseguir aprovar a mudança. “Ela é uma necessidade vital para corrigir equívocos, vícios e distorções”, disse.

Na área econômica, Dilma voltou a defender a necessidade de implementar mudanças no sistema tributário, proposta que chegou a ser discutida durante anos pela equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que acabou sendo engavetada. “Nossa estrutura tributária é caótica e se não tivermos coragem de reconhecer isso, jamais faremos esta reforma tão urgente e necessária”, afirmou a petista. A candidata propôs a informatização de todo o sistema de tributos como forma de alargar a base de arrecadação e diminuir a alíquota dos impostos. “Outra grande meta é completar a desoneração do investimento, por seu forte efeito sobre as taxas de crescimento”, disse a ex-ministra.

Política externa – Dilma também defendeu a continuidade da política externa do governo Lula, um dos pontos mais criticados pela oposição. Segundo a candidata, é preciso ampliar a presença internacional do Brasil, cabendo ao País oferecer “contribuições valiosas”. Sem mencionar diretamente o controverso episódio sobre o acordo em torno do programa nuclear do Irã, Dilma afirmou que seguirá defendendo, “de forma intransigente, a paz mundial, a convivência harmônica dos povos, a redução de armamentos e a valorização dos espaços multilaterais”.

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No discurso ela fez ainda menções para outras áreas como educação, segurança pública, habitação e infraestrutura, uma das diretrizes do plano de governo do tucano José Serra, principal adversário de Dilma em outubro. “Quero ser a presidente da consolidação da infraestrutura brasileira”, disse a petista. Na área de habitação, Dilma prometeu ampliar o programa “Minha Casa, Minha Vida”. “Concebi e coordenei este programa e já temos pronto o projeto para mais 2 milhões de moradias”, disse a ex-ministra, citando a estimativa de contratação de financiamentos habitacionais incluída na segunda edição do PAC, lançada pelo presidente Lula no final de março.