Surpresa

Dilma diz que metrô de Curitiba está fora do PAC

A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse ontem, que o financiamento das obras do metrô de Curitiba não deverá ser contemplado pelo PAC Mobilidade, pacote dentro do Programa de Aceleração do Crescimento que prevê investimentos em mobilidade urbana nas 12 capitais brasileiras que receberão jogos da Copa do Mundo de futebol, em 2014.

Em entrevista em cadeia de rádios (no Paraná transmitida pela Rádio Banda B), Dilma disse que a construção de metrôs não está prevista neste pacote, pois o governo não dispõe de recursos para viabilizar metrô em todas as cidades.

“Nós estamos fazendo uma avaliação de todas as obras propostas pelas cidades da Copa. Em princípio estamos definindo que as obras principais não serão metrô. Porque o governo federal não tem condições de assegurar metrô para a grande maioria delas. Os metrôs a gente está indicando que entrem no PAC 2, que o presidente Lula vai deixar já estruturado para o próximo governo, se ele quiser usar”, comentou a ministra.

Dilma disse que as obras priorizadas no PAC Mobilidade serão as de reestruturação viária da cidade. “Estamos privilegiando obras que dizem respeito ao traçado urbano da cidade. Se a malha de Curitiba estiver sobreusada e precisa de melhorias, nos dispomos a financiar a expansão dessa malha. Então são duas ações diferentes. Até porque o PAC da área de mobilidade são R$ 5 bilhões, para 12 cidades. Se dedicarmos um bilhão para Curitiba, sobra 4 bilhões pra 11 cidades, uma desproporção um pouquinho grande”, comentou, lembrando que o governo federal ainda investirá nos estádios e nos aeroportos visando a Copa de 2014.

“O prefeito pode perfeitamente pleitear esses recursos para o PAC 2. Para o PAC mobilidade, vai ser mais ou menos esse desenho”, concluiu. A Prefeitura de Curitiba anunciou na terça-feira o plano de colocar em circulação a primeira fase do metrô (um trecho de 13 km) em 1º de janeiro de 2014. Para isso, conta com a parceira com o governo federal para viabilizar a tempo o empreendimento. O custo estimado é de R$ 1,2 bilhão para a obra.

Após a entrevista da ministra, a administração municipal divulgou nota informando que “o projeto de implantação do Metrô Curitibano continua sendo tratado entre técnicos do Governo Federal, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC)”.

A nota diz ainda que “o cronograma de trabalho está rigorosamente em dia, com todas as etapas de implantação já pré-estabelecidas”. A prefeitura lembra que tem sido parceira do Governo Federal em diversos projetos e “espera que esse entendimento avance também nas questões relativas à mobilidade urbana”.