A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje que “gostaria muito de levar os brasileiros ao paraíso”, ao ser indagada se assumiria a missão de ser a candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Acho uma das maiores e melhores ambições que podemos ter”, afirmou após cerimônia de cessão de uma área pública ao município de Rio Claro, SP, que teve a participação do ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deputados e 25 prefeitos.

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Dilma se referia à afirmação do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), cotado para ser o candidato a vice em eventual chapa PT-PMDB, que pouco antes, em discurso, elogiou a ministra e, numa metáfora, afirmou: “Tomo você como exemplo para dizer que já levou os brasileiros administrativamente ao paraíso e os levará politicamente ao paraíso”. Dilma respondeu chamando Temer de “companheiro incansável” na aliança PT-PMDB, que tem sustentado o governo Lula. Citando o Velho Testamento, a expulsão de Adão e Eva do paraíso, Temer havia feito defesa veemente das mulheres. Afirmou que elas não são as responsáveis pela saída do homem do paraíso e sim por trazê-los ao paraíso.

Apesar de admitir a intenção de ser pré-candidata à sucessão de Lula, Dilma afirmou que só poderá responder sobre o tema em 21 de fevereiro, quando termina o encontro nacional do PT que indicará o candidato. Mesmo assim, deixou claro que não concorda e não fará ataques pessoais a eventuais adversários durante o período eleitoral. “O governo do presidente Lula não combina com agressão. Temos projetos. Se elevarem o tom, vamos reduzir. Se alguém fala que vai acabar com programas, assuma as consequências e vamos debater”. Durante toda a semana PT e PSDB trocaram insultos. A discussão foi deflagrada no começo da semana, quando Dilma acusou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de planejar o fim do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Como exemplo de bom nível na campanha eleitoral, a ministra citou máxima do deputado federal Ulisses Guimarães, natural de Rio Claro e que morreu em acidente de helicóptero em 1992. “O doutor Ulisses dizia que não se faz política com o fígado, conservando em geladeira rancor e ressentimento.” A ministra disse ainda que não considera que o PMDB ou qualquer partido da base aliada tenha problemas de corrupção. “O arco de alianças”, argumentou, “tem uma base social, não de conveniência política”.

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Sobre as acusações da oposição de que ela e o presidente estariam fazendo campanha antecipada, foi objetiva. Negou o uso da máquina administrativa e considerou “absolutamente legítimo” que o governo inaugure obras que fez. “É muito fácil dizer que a obra (do PAC) não existe a mil quilômetros dela.

PAC 2 – A segunda etapa do PAC 2 mereceu bastante espaço no discurso e os objetivos destacados foram universalizar os serviços de água, construir creches para todas as crianças do Brasil e ampliar o número de Unidades de Pronto Atendimento (UPA). A ministra também voltou a falar da importância dos recursos para macrodrenagem, especialmente nas grandes cidades, que enfrentam problemas de alagamentos, deslizamentos e mortes nestes longos períodos de chuvas.

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Em almoço com prefeitos e autoridades, Dilma foi recepcionada por um coro de “Brasil pra frente, Dilma presidente.” A ministra vai assinar ainda hoje contratos do PAC com a prefeitura de Limeira,SP.