Pós impeachment

Dilma discute com ministros “punições” ao Paraguai

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se hoje (25) no Palácio do Planalto com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, para tratar sobre a situação do Paraguai.

O encontro, que durou aproximadamente uma hora, também contou com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim, e do assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Durante a reunião, Dilma e os ministros trataram sobre as “punições” que devem ser aplicadas ao Paraguai em função do impeachment-relâmpago do presidente Fernando Lugo, na última sexta-feira.

O Brasil e as demais nações da América do Sul decidiram suspender o Paraguai do Mercosul e da Unasul até as eleições presidenciais previstas para abril do ano que vem.

Em comunicado ontem à noite, a Chancelaria da Argentina confirmou a suspensão. Na próxima sexta-feira, um encontro dos países do Mercosul decidirá o destino imediato do Paraguai. A reunião da Cúpula do Mercosul será em Mendoza, na Argentina.

O novo governo paraguaio deve ficar de fora, mas Lugo afirmou que participará do evento. Antes da discussão sobre o Paraguai, a presidente Dilma reuniu-se, por cerca de uma hora e meia, com oito ministros para fazer um balanço sobre a conferência Rio+20, realizada na semana passada no Rio de Janeiro.

Participaram os ministros: Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa), Gleisi Hoffman (Casa Civil), Helena Chagas (Comunicação Social), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Marco Aurélio Garcia (assessor especial para assuntos internacionais).

Efeito Mercosul

Não se sabe qual efeito terá o isolamento paraguaio do Mercosul e da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Espera-se que a suspensão pressione o atual governo.

A ideia foi costurada no fim de semana. Os vizinhos querem desencorajar ações similares na região. Em reunião com ministros anteontem, Dilma foi informada sobre rumores de que Federico Franco -o vice que se tornou mandatário em 30 horas- pretende antecipar as eleições de 2013 para este ano.

Convocado para consultas pelo Itamaraty -sinal diplomático de reprovação- o embaixador do Brasil em Assunção, Eduardo dos Santos, pode permanecer em Brasília até o fim da gestão Franco.

Nos bastidores, quase ninguém crê em reversão do quadro paraguaio. Para ministros e a própria Dilma, Lugo não buscou nem conseguiu mobilizar a população -na reunião, ele foi comparado a Manuel Zelaya, presidente hondurenho deposto em 2009, que resistiu por meses.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna