Após cerimônia em que o Ministério das Cidades anunciou investimentos para construção do metrô em Porto Alegre, a presidente da República, Dilma Rousseff, destacou neste sábado os pactos firmados pelo governo federal após a onda de manifestações que tomaram as ruas no mês de junho no País. Segundo ela, os pactos – que envolvem estabilidade econômica, mobilidade urbana, saúde, educação e reforma política – vão consumir investimentos de R$ 50 bilhões nos próximos anos.
A presidente observou que o pacto pela mobilidade urbana leva em conta o fato de que o Brasil cresceu aceleradamente nos últimos 10 anos. Em paralelo, houve carência de investimentos em transportes urbanos nos últimos 30 e 40 anos. “No caso especifico da mobilidade urbana, há o reconhecimento de que o País nos últimas 30 a 40 anos não investiu de forma adequada e sistemática. Agora, pessoas pedem serviços públicos de qualidade”, ressaltou.
Dilma argumentou que a mobilidade urbana, em especial o metrô, foram colocados como prioridade do governo federal. “É impossível, com as nossas cidades crescendo dessa forma, não construir metrô”, disse. Em meio a esse processo, a presidente defendeu a necessidade de se colocar de lado as diferenças partidárias e reforçar a coesão política dos órgãos do executivo envolvidos na construção de obras do porte do metrô. “Não podemos olhar o prefeito da capital e perguntar ‘de que partido você é?'”.
Ela também falou sobre a importância de direcionar investimentos para a mobilidade de cidades de médio porte, para que a situação nesses municípios não se torne “caótica” como naquelas de grande porte. Para isso, disse, é preciso priorizar o transporte sobre trilhos e com interligações. “É preciso garantir que médias cidades não transitem para o caos urbano e que tenham acesso à interligação de modais. Sempre que possível, trilho, pois é ininterrupto, a circulação não para. E garantir interligações, que barateiam o transporte”, discursou.
Maquinário
As declarações de Dilma foram feitas em Porto Alegre, em cerimônia em que também ocorreu entrega de 57 motoniveladoras a municípios do Estado com até 50 mil habitantes. A entrega do maquinário faz parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e servirá para construção e recuperação de estradas vicinais no Estado.
Com a entrega do maquinário feita neste sábado, o Rio Grande do Sul atingiu o total de 565 maquinários recebidos, entre retroescavadeiras e motoniveladoras, o equivalente a um investimento superior a R$ 115 milhões de acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário. A expectativa é de que sejam doados mais 800 equipamentos até 2014, o que incluirá ainda 455 caminhões-caçambas. (Colaborou Circe Bonatelli)