O contador e administrador Augusto César Carvalho Barbosa de Souza nem sequer chegou a tomar posse na Diretoria de Administração e Finanças do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

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Ele foi desconvidado dentro da política de limpeza determinada pela presidente Dilma Rousseff no setor de Transportes, atualmente sob suspeita de envolvimento em irregularidades que já derrubaram o então ministro Alfredo Nascimento e mais seis membros da cúpula da pasta ligados ao PR.

Por meio de ofício publicado hoje no Diário Oficial da União (DOU), a presidente pediu ao Senado a retirada de pauta do nome de Souza, que ela própria havia indicado para o cargo por sugestão do ex-chefe de gabinete do ministério Mauro Barbosa, um dos primeiros afastados após a onda de denúncias.

Ele seria sabatinado no último dia 7 pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, à qual compete chancelar as indicações presidenciais para o Dnit. A posse de Souza parecia favas contadas – havia até relatório favorável do senador Blairo Maggi (PR-MT), aprovado na comissão, que o definiu como “qualificado para assumir o cargo”.

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Mas a escolha sofreu um revés após a divulgação das denúncias, no início do mês. Com especialização em administração pública, Souza é oriundo da Controladoria Geral da União (CGU), onde exerceu funções de chefia, entre as quais a de coordenador-geral da área de Contas do Governo.

Desde 2006, Souza é ouvidor do Dnit e, a partir de 2008, passou a acumular também o cargo de corregedor da instituição, encarregado de investigar e punir responsáveis por desmandos.

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Agora, de investigador ele passa à condição de investigado pela CGU, que realiza uma auditoria minuciosa em todos os contratos da pasta. Souza não quis se manifestar sobre o desconvite.

A assessoria do Dnit informou que a escolha ou retirada de nomes para a diretoria do órgão é de competência exclusiva da Presidência. Os próximos alvos da “faxina” serão conhecidos em breve, segundo informações do governo.

O ministro Paulo Sérgio Passos se reuniu hoje por mais de duas horas com a presidente no Palácio do Planalto. Desde que assumiu o cargo, no último dia 12, ele vem anunciando demissões cirúrgicas de dirigentes do setor a cada reunião com Dilma. Entretanto, hoje ele não se manifestou.

Está prevista a demissão ou afastamento, entre outros, do diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, Hideraldo Luiz Caron, e do presidente interino da Valec, estatal que cuida das ferrovias, Felipe Sanches, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo na edição do último sábado.