Em busca de apoios dos futuros candidatos ao governo para sua possível candidatura à sucessão do presidente Lula (PT), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, perguntou ontem, 10, ao senador Osmar Dias (PDT), se poderão estar juntos no mesmo palanque, em 2010.
Osmar, pré-candidato do PDT ao governo, respondeu que fez uma aliança com o PSDB em 2008 e que, por enquanto, o acordo está mantido com os tucanos, que tem o governador de São Paulo, José Serra, como um dos seus pré-candidatos.
Este foi o relato do senador sobre a conversa que manteve com a ministra, durante um café da manhã, na casa dela, em Brasília, na presença do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Osmar disse que o convite partiu da ministra que apresentou um novo projeto de habitação do governo federal e pediu ajuda ao senador para ajudar a organizar o lançamento do programa no Estado.
Em meio a outro assunto, a necessidade de preservação dos mananciais da Região Metropolitana de Curitiba, o tema sucessão de 2010 veio à tona, contou o senador.
“É inevitável que surja essa conversa. Eu disse à ministra que estou cumprindo todos os compromissos que assumi em 2008”, afirmou o pedetista, que apoiou a reeleição do prefeito Beto Richa, em Curitiba, na eleição do ano passado, com a promessa do PSDB que o apoiaria na disputa para o governo em 2010.
Osmar declarou que irá continuar conversando sobre o assunto com a ministra. “Essa foi a única garantia que dei porque fiz uma aliança em 2008 e ninguém me disse até agora que essa aliança está desfeita”, frisou.
O risco de um rompimento entre os tucanos e pedetistas surgiu com o entusiasmo de uma ampla ala do PSDB de lançar Beto à sucessão do governador Roberto Requião (PMDB).
Sobre a possibilidade de ser o candidato ao governo de uma composição com o PT, um projeto que já foi apresentado a ele pelo presidente Lula e que é defendido pelo ministro Paulo Bernardo, Osmar resume. “A possibilidade existe, desde que a aliança seja desfeita”, afirmou.
Osmar fez novo contato político durante o almoço de ontem. Desta vez, foi com o vice-governador Orlando Pessuti, o presidente estadual do PMDB, deputado estadual Waldyr Pugliesi, e o integrante da executiva, Milton Buabssi.
Os três peemedebistas visitaram o senador em seu gabinete, onde Pessuti teria ido em busca de mais informações sobre o andamento do projeto do pedetista, que livra o estado das multas decorrentes do não pagamento dos títulos públicos podres do extinto Banestado ao banco Itaú.
Mas, segundo Osmar, ao contrário da conversa com a ministra, o contato com Pessuti deixou claro que ambos serão concorrentes no próximo ano. O vice-governador garantiu a Osmar que irá disputar o governo.
Para o jantar
O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, reagiu ao saber do cardápio de encontros do senador pedetista. “Só espero que ele não esqueça de jantar com aqueles que estiveram ao lado dele na eleição. Porque a gratidão é muito rara e escassa”, disparou.
O senador pedetista retrucou. “Conversar não tira pedaço. O PSDB conversa com o PMDB todo o dia e conta vantagens disso. Quando eu converso é problema. Eu estou cumprindo todos os compromissos que assumi em 2008 e tenho certeza que o Rossoni cumprirá os dele”, provocou. E acrescentou: “Se o Rossoni pagar o jantar, estou aceitando”.