Em seu primeiro encontro com o papa Francisco no Vaticano após a Jornada Mundial da Juventude de 2013, a presidente Dilma Rousseff fez ao pontífice um convite oficial para assistir a um jogo da Copa do Mundo de 2014, que já anunciara publicamente – mas não obteve sucesso. Apesar do tom descontraído da conversa, segundo sua descrição, Dilma não conseguiu obter do Santo Padre, argentino e torcedor apaixonado do time de futebol do San Lorenzo, mais do que a promessa de uma mensagem aos participantes do evento, provavelmente centrada em temas como a paz e o combate ao racismo. Foi embora sem a confirmação da presença do convidado ilustre, mas apenas após fazer um pedido especial ao Vigário de Cristo: que fique neutro na disputa esportiva.

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“Eu vim dizer para o Santo Papa (sic) que vamos uma Copa com um tema muito importante”, declarou a presidente. “O tema é: uma Copa pela paz, uma Copa contra o racismo. E, primeiro, obviamente, convidá-lo e, sobretudo, pedir uma mensagem dele sobre esse posicionamento da Copa no Brasil, que é a Copa das Copas. A única coisa que pedi é que a neutralidade fosse mantida por parte do Santo Padre, e assim a mão de Deus não empurrasse a bola de ninguém”, declarou, em tom de brincadeira, em alusão ao gol de mão de Diego Maradona na Copa de 1986, no jogo Argentina e Inglaterra.

Depois da conversa – uma audiência privada do papa no Vaticano -, Dilma destacou a relação de Francisco com o País. “A ida do Papa ao Rio de Janeiro foi um momento muito importante para o Brasil”, disse. “Quem estava lá, sentiu e participou, percebe que foi um momento de grande interlocução de espíritos. Acho que o Brasil mostrou ao Papa o que tem de melhor, que é essa generosidade do povo brasileiro, aquela capacidade de acolhimento.” Segundo Dilma, “o Brasil abraçou o Papa”, embora seja um Estado “absolutamente laico”.

Dilma também se declarou “muito feliz” com a nomeação do arcebispo dório, Dom Orani João Tempesta, como cardeal – o título vai ser outorgado neste sábado, 22, em Consistório no Vaticano, quando 18 outros religiosos também receberão oficialmente o título.

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“Acredito que foi mais uma manifestação, muito boa, que o papa teve em relação ao Brasil”, afirmou. “Acho que a escolha do dom Orani é merecida. Dom Orani, além de ser um homem de fé, é uma pessoa com grande capacidade de solidariedade, que se interessa pelos movimentos sociais, pelos pobres. Estou aqui, inclusive, para prestigiar a criação (sic) de dom Orani como cardeal. E estarei presente amanhã no momento em que o chapéu (sic) cardinalício irá ser colocado em dom Orani.