Relação de maior profundidade

Dilma cobra de Obama fim de barreiras comerciais

Em nome da “franqueza” e para construir “uma relação de maior profundidade”, a presidente Dilma Rousseff disse hoje ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que uma relação comercial mais justa e equilibrada exige “que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos”. Dilma fez questão de citar alguns desses produtos, como “etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja e aço”.

Dilma agradeceu a “gentileza” da visita, “logo no início do meu governo” e fez questão de se apresentar como herdeira do “meu querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar”. A presidente citou “o legado” de inclusão social do ex-presidente Lula e lembrou que, no Planalto, estavam juntos a primeira a mulher eleita no Brasil e o primeiro presidente dos EUA “afro descendente”.

Obama citou a transição do Brasil da ditadura para a democracia e também registrou que fez questão de incluir o Brasil como primeiro país a visitar no roteiro pela América Latina – ele segue ainda para o Chile e El Salvador.

Dilma cobrou, de maneira explícita, as reformas nos organismos de governança global, como Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, e se disse preocupada com a “lentidão” do processo que mantém as instituições como representantes de “um mundo antigo”.

Ao citar a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Conselho de Segurança, a presidente brasileira fez questão de dizer por que o Brasil disputa, inclusive, um lugar como membro permanente no órgão. “Aqui, senhor presidente, não nos move o interesse menor da ocupação burocrática de espaços de representação. O que nos mobiliza é a certeza que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e harmonia entre os povos”.

Dilma reconheceu que foram feitos progressos, desde a crise econômico-financeira de 2008-2009, mas considerou as mudanças ainda são “limitadas e tardias”. O governo Dilma quer parcerias, sobretudo, nas áreas de educação e inovação. E vê nos investimentos em infraestrutura a melhor área para os investimentos do EUA.

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