A presidente Dilma Rousseff se reuniu por mais de duas horas, em duas etapas, com os empresários responsáveis pela construção da ferrovia Transnordestina que, a exemplo da Transposição do São Francisco, enfrenta problemas de atrasos em algumas etapas. Dilma cobrou o cumprimento do cronograma de execução de obras e informações sobre metas e cronogramas preestabelecidos. A presidente assegurou que não faltarão recursos para os empreendimentos.
O presidente da Transnordestina, Tufi Daher, após o encontro, reconheceu que existem alguns problemas que estão atrasando as obras. No caso de Missão Velha, no Ceará, onde a reportagem visitou e constatou os trabalhos praticamente paralisados, Tufi comentou que ali pode haver um ou outro problema de concessão de licença ambiental, assim como em alguns outros trechos, que têm problemas de desapropriação. “A presidente cobra, e com razão, principalmente a questão dos prazos”, declarou, esclarecendo que a reunião foi bastante técnica já que detalhes da obra foram discutidos com ela.
Ao falar do novo prazo de entrega das obras, que estavam previstas para 2012, Tufi primeiro disse que o prazo do empreendimento “sempre foi 2013, mas houve uma tentativa anterior de trazer a conclusão para mais perto”. Em seguida, prometeu: “Quiçá em 2013, início de 2014, nós vamos ter este eixo de Eliseu Martins até o porto Suape e, no final de 2014, o percurso completo”. Tufi Daher, ao citar que a ferrovia tem 1728 quilômetros e que, em um empreendimento deste tamanho porte, sempre existem muitos gargalos, acrescentou que, no encontro com a presidente, “foram firmados acordos”. E garantiu: “estes prazos serão cumpridos”.
Ele lembrou que a presidente Dilma é uma profunda conhecedora do projeto e que quis saber de muitos detalhes da obra, inclusive as datas nas quais estarão prontas as superestruturas em Pernambuco, Piauí e Ceará. “Ela quis ver com detalhes esse avanço físico da infraestrutura, de pontes, de viadutos, quanto tínhamos pronto, quanto estamos fazendo e quais são os gargalos”, declarou em entrevista, após a reunião com Dilma.
O presidente da Transnordestina assegurou que no encontro não foram discutidos aditivos de contratos para as empresas que trabalham na construção da ferrovia. A obra de construção da Transnordestina tem um custo estimado em R$ 5,4 bilhões.
Cancelamento
A presidente Dilma visitaria nesta quinta-feira três trechos da Transnordestina. No final da manhã, no entanto, cancelou a ida à São José do Belmonte, onde iria visitar a frente de lançamento da superestrutura da malha ferroviária do lote 1. Desistiu porque já havia visto obra semelhante, em Parnamirim (PE), mais cedo. Com isso, antecipou a chegada ao canteiro de obras em Salgueiro (PE). Dilma se reuniu com empresários antes e depois do almoço no canteiro de obras e embarcou de helicóptero para Juazeiro do Norte, onde pegou avião para Brasília.