Dilma cancela envio de equipe aos EUA

A presidente Dilma Rousseff mandou cancelar o envio da equipe que embarcaria no próximo sábado, 7, para Washington para preparar sua visita de Estado em outubro. A suspensão ocorre após Dilma ameaçar, nos bastidores, recusar o convite do presidente Barack Obama por causa das suspeitas de espionagem sofrida pelo governo brasileiro.

A equipe precursora, formada por agentes de segurança, diplomatas e cerimonial da Presidência, faz o primeiro reconhecimento para a visita, analisando questões de logística, hospedagem, transporte, rotas e instalações em geral – e também a agenda prevista e os acordos que podem ser assinados.

Normalmente, a antecedência não é tão grande, mas a viagem era tratada como especial por questões de segurança.

O suspensão da equipe precursora não significa que a viagem está já cancelada – há tempo suficiente para remarcá-la, já que a visita acontece apenas em 23 de outubro -, mas é uma demonstração, para o governo americano, do nível de desagrado no Palácio do Planalto.

A irritação da presidente com a revelação de que ela pode ter tido mensagens eletrônicas monitoradas continua grande, a ponto dela estar, segundo assessores, sem disposição de conversar com Obama em São Petersburgo, onde ambos participam da reunião do G20.

De acordo com um assessor, Dilma informou que, para que a presidente fosse convencida da importância de confirmar a viagem era preciso, por exemplo, que os EUA pedissem desculpas pelas espionagens, se retratassem e assegurassem que não vão mais fazer isso – o que é bastante improvável que aconteça, dado os sinais negativos do governo Obama até agora.

A decisão definitiva sobre o cancelamento deverá aguardar que os americanos apresentem suas novas justificativas – dessa vez, exigidas por escrito. Setores do governo ainda defendem a viagem, mas Dilma espera uma resposta bastante diferente da recebida até agora. “Frustrante” e “decepcionante” foram os adjetivos usados pelo governo brasileiro para descrever o resultado da recente missão política do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que ouviu apenas “nãos” e vagas promessas de um grupo de trabalho entre os dois países – proposta não aceita pelo Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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