Sem mencionar a crise política no Ministério dos Transportes, a presidente Dilma Rousseff tentou ontem imprimir uma agenda positiva no governo, ao participar de cerimônia de lançamento do programa Brasil sem Miséria, no Nordeste. O evento, que contou com a presença de oito governadores da região, se estendeu por mais de cinco horas.
Dilma, que tem sido criticada por aparecer em poucos atos públicos e por não receber políticos e empresários no Planalto com a frequência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, manteve ontem uma reunião aberta com os governadores, concedeu entrevista para veículos de comunicação locais e proferiu dois discursos públicos.
Também aproveitou para antecipar detalhes de outros programas sociais, como o Brasil sem Fronteiras, que pretende conceder bolsas a 75 mil estudantes que queiram complementar os estudos em universidades do exterior. Anunciou ainda o programa Água para Todos, que se espelha no Luz para Todos, lançado por Lula.
Nos dois discursos, criticou as gestões anteriores ao governo Lula. “O Brasil retirou da condição de pobreza quase 40 milhões de pessoas, uma Argentina”, disse Dilma, durante reunião com governadores, sobre os últimos oito anos. Citou números da Fundação Getúlio Vargas, segundo os quais, no período, 39,5 milhões de pessoas migraram para a classe média. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.