A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira, 17, aumento na área da BR-381 que será duplicada. Ela aproveitou viagem a Governador Valadares, no leste de Minas, para prometer que o trecho da rodovia que passa pelo município também terá obras de duplicação, apesar de o projeto já licitado prever apenas melhorias no trecho entre Periquito e a cidade onde a petista desembarcou na manhã desta segunda-feira, 17.
“Quando a gente vai a um lugar a gente tem costume de levar um presente. Meu presente aqui hoje é que nós resolvemos que é justo, legítimo, adequado que a (duplicação da) BR-381 chegue a Governador Valadares. Isso foi aprovado e vai ocorrer”, declarou a presidente em entrevista à rádio Globo AM, sem explicar como vai ocorrer a mudança no projeto já licitado.
A duplicação da rodovia é um dos principais temas de críticas dos adversários do governo federal em Minas e o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deve participar da corrida presidencial contra a petista, chegou a afirmar que a rodovia seria feita “pela metade” por causa da falta da duplicação em parte dos 11 lotes que começaram a ser licitados a partir de junho do ano passado.
Dilma visita Valadares para participar de formatura de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e para entregar maquinário a 92 municípios da região, onde a presidente esteve em dezembro passado para verificar os estragos causados pela chuva.
Protestos
A petista foi recebida com protestos de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e funcionários da área de Saúde de Governador Valadares na porta da Sociedade Recreativa Filadélfia, onde participa da primeira agenda oficial. Os primeiros cobram agilidade na reforma agrária, enquanto os funcionários do Hospital Municipal da cidade tentavam “sensibilizar” a presidente e a prefeita Elisa Costa (PT) para que libere pagamentos atrasados.
“A gente reconhece avanços na área social. Mas distribuição de renda e reforma agrária não houve. Em 2013, o governo assentou menos famílias do que durante o governo do (Ernesto) Geisel, que era ditadura militar”, disparou Ênio Bonemberger, da coordenação nacional do MST.
Na semana passada, Dilma recebeu representantes do movimento após protesto que terminou com dezenas de feridos em Brasília (DF). “A gente achou estranho. Não tinha pedido de audiência. Ela (Dilma) chamou, mas não ofereceu nada”, declarou Bonemberger. “Não temos nenhuma esperança de que haverá mais desapropriações este ano”, concluiu.