A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou, em entrevista ao portal R7, da Record, que se empenhará na luta contra os juros altos. Para isso, ela destacou a fase de retomada do crescimento do País, combinada com a queda do endividamento. Nesse cenário, ela não vê por que o mercado praticar spreads elevados. “Temos visto o Serasa afirmando que a inadimplência dos pequenos e microempresários é a menor dos últimos anos”, afirmou.
Ela lembrou ainda que, em 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o governo, a relação dívida líquida e PIB era de 60% e agora caiu para cerca de 42%. E afirmou que, se for eleita, até o final de seu governo, essa relação chegará a 30%.
Ela acrescentou que o momento atual é de aumento dos investimentos, geração de emprego, fortalecimento do mercado interno e valorização do salário mínimo, frisando que fará de tudo para manter esse ritmo de crescimento. “Meu projeto é o da continuidade do governo do Lula.”
Quebra de sigilo
Dilma Rousseff também descartou esta tarde que o vazamento de dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, tenha sido articulado por integrantes de sua campanha. “Acho muito estranho atribuir um vazamento na Receita Federal à minha campanha. Vejo uma tentativa de utilizar isso contra mim no processo eleitoral”, disse.
Ela lembrou que, no ano passado, membros da diretoria da Petrobras tiveram os dados fiscais devassados, devido ao vazamento de informações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. “Não dissemos que foi a oposição”, afirmou. Ela acrescentou que é “público e notório que dados sigilosos vazam de CPIs e de processos judiciais”.
Ela observou ainda que deseja que a Receita Federal conclua a sindicância interna em andamento o quanto antes. “Para nós, quanto mais rápido for investigado e evidenciado os responsáveis, melhor. Não fica esse jogo de ilações, de pseudoprovas”, afirmou. O secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmou aos senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), entretanto, que a investigação só deve ser concluída após as eleições.
Nesta semana, funcionários da delegacia da Receita Federal em Santo André, na Grande São Paulo, confirmaram que a analista tributária Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva está sob investigação da corregedoria do órgão por suposta participação na quebra de sigilo do dirigente tucano.
Segundo o PSDB, informações do Imposto de Renda de Eduardo Jorge seriam usadas para abastecer um dossiê produzido por um grupo de inteligência do PT com o intuito de atingir a candidatura do tucano José Serra à Presidência da República. A candidata do PT, Dilma Rousseff, nega que ela ou sua coordenação tenham dado alguma ordem para produzir um dossiê.