A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o governo federal não faz discriminação partidária na hora de distribuir os recursos federais, mas que sua participação na campanha eleitoral é destinada a mostrar que os candidatos do PT e aliados têm projetos de desenvolvimento diferentes dos adversários.

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“Temos um modelo de crescimento muito claro. Isto é o que nos distingue.” A ministra fez essas declarações durante uma entrevista coletiva concedida ontem à noite, no Hotel Bourbon, pouco antes de participar de um jantar de arrecadação de fundos para a campanha da candidata do PT à prefeitura de Curitiba, Gleisi Hoffmann, realizado no restaurante Madalosso.

Além de Curitiba, Dilma já participou das campanhas do PT em Porto Alegre e São Paulo. Na entrevista, em que estava acompanhada de Gleisi e do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a ministra disse que como ministra do governo Lula tem uma agenda complexa e como só pode fazer campanha fora do horário do expediente irá a poucas cidades. “Quanto mais próxima do governo Lula for a coligação que sustenta a candidatura, é mais certo que eu vá”, disse.

Sobre as críticas da oposição ao governo de que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) teria um caráter eleitoreiro, a ministra afirmou que prefeitos e governadores foram chamados a participar da definição das obras que seriam financiadas.

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“O PAC não é eleitoreiro de nascença. A orientação do governo é dizer que nós instituímos uma prática republicana no que se refere a recursos públicos. Não olhamos a filiação do prefeito. Mas isso não significa que todos sejam iguais. Nós defendemos crescimento econômico com inclusão social e distribuição de renda e tivemos a preocupação de focar o programa na população de baixa renda”, disse.

Dilma afirmou que a candidata do PT em Curitiba representa essa concepção de desenvolvimento. “A Gleisi tem a mesma concepção porque participa do mesmo governo”, afirmou a ministra.

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Ela lembrou que trabalhou com a candidata do PT durante a fase de transição do governo FHC para o governo Lula, em 2003, quando foram planejadas as formas de execução dos programas do primeiro mandato do atual presidente.

Gleisi aproveitou a deixa da ministra para fazer uma crítica à administração do prefeito Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição. Ela citou que o programa Bolsa Família tem 33 mil beneficiados em Curitiba, mas que o município se limita a coordenar o cadastro dos inscritos. “Não há um projeto para que estas famílias façam a transição social”, disse.

Anistia

Ex-presa política durante a ditadura militar brasileira, a ministra disse que considera encerrada a polêmica sobre a proposta de mudança na lei de anistia, defendida há algumas semanas pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, e que causou reações entre militares. “A minha posição é a do governo. O assunto está encerrado. Nós tratamos a questão como sendo um problema do Judiciário”, disse.