A ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira (7), na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, que a Casa Civil não elaborou um dossiê contra adversários. "Não há dossiê. O que existe e está à disposição da CPI são dados sobre os cartões corporativos e do suprimento de fundos (sistema que antecedeu o cartão corporativo). Foram vazadas informações absolutamente privativas da Casa Civil", afirmou Dilma, lembrando uma Comissão de Sindicância e a Polícia Federal estão investigando o caso. "Posto que não há dossiê, temos que investigar quem vazou. O indevido é o vazamento", disse a ministra.
Ela explicou que o "banco de dados" começou a ser elaborado a partir de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), que criticou o sistema de armazenamento de dados da conta de suprimento de fundos. Dilma explicou que a partir desta auditoria, a Casa Civil começou a organizar os dados do atual governo e que, a partir de pedido do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), começou a fazer a organização dos dados do período anterior a 2003.
Ela afirmou que o trabalho era muito grande porque os dados sigilosos e não sigilosos, antes do cartão corporativo, estavam misturados. Segundo a ministra, a Casa Civil conseguiu organizar as informações no período de 1998 a 2002 e que, quando esse período ficou pronto, o senador Arthur Virgílio e o Senado foram avisados que os dados estavam disponíveis.
Virgílio, por sua vez, afirmou que houve crime de responsabilidade porque não recebeu os dados que havia pedido à Casa Civil sobre os seus gastos enquanto ministro do governo Fernando Henrique. Dilma respondeu que ele foi avisado por meio dos ofícios 283 e 284 que os dados estavam disponíveis. Afirmou ainda que é contra o vazamento de dados. "Somos enfaticamente contra esse vazamento", disse a ministra, informando que ligou para a ex-primeira dama Ruth Cardoso para esclarecer que o governo não estaria usando dados contra adversários. Disse que tal prática se assemelharia à ditadura militar.