O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou há pouco que pessoalmente é favorável à redução da jornada de trabalho. “Eu não falo pelo governo. Eu, Manoel Dias, sou favorável”, disse ao chegar para a festa do Dia do Trabalho promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

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A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução dos salários, é uma demanda antiga das centrais sindicais. Segundo o ministro, há várias categorias “em diversos países do mundo que têm jornada menor, até de 30 horas”, afirmou.

Apesar de ser favorável à demanda de redução, o ministro afirmou que o governo ainda não tomou uma posição oficial sobre o assunto. ” A presidenta (Dilma Rousseff) criou a mesa de discussão com as centrais e estamos discutindo” disse.

Dias destacou o discurso feito pela presidente Dilma na noite de ontem em cadeia nacional de radio e TV e disse que a decisão de reajuste de 4,5% da tabela do Imposto de Renda era uma das demandas dos trabalhadores.

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Questionado sobre o aumento de 10% no Bolsa Família, medida também anunciada por Dilma ontem, o ministro rechaçou a ideia de ser uma medida populista. “Medida para povo nunca é populista”, disse.

Segundo ele, o Bolsa Família é hoje “uma das políticas mais discutidas no mundo”. “As pessoas querem saber o que é o Bolsa família.”

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O ministro defendeu o benefício e disse que ele não pode ser considerado uma “medida fim”. “Não é o fim, é o meio, é um patamar de uma escada”, disse. Segundo Dias, o programa ajuda a resgatar a dignidade das pessoas. “Você resgata a pessoa da miséria e dá a ela a oportunidade de ela ascender”, afirmou.

De acordo com o ministro, política assistencialista é uma obrigação mínima de um Estado. “Estamos há 500 anos fazendo uma política de exclusão. De uma elite egoísta, que só pensou nela. Agora o povo está aí andando nas ruas, enchendo os aviões e uma pequena burguesia se irrita”, disse.

Dias evitou falar sobre a flexibilização das leis trabalhista e disse que ainda não há posição sobre o assunto. Ele ponderou ter preocupação com medidas que possam prejudicar os trabalhadores. “Por trás desse discurso (de flexibilização), sempre vem subtração de direitos.”