Despacho de Teori diz que nada há a arquivar em relação a Dilma

Ao contrário do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que não faz juízo de valor e apenas justifica vedação política para não pedir investigação da presidente da República, Dilma Rousseff, citada por delatores no âmbito da Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki escreveu em seu despacho em relação ao tema que “nada há a arquivar em relação à presidente da República”.

O ministro do Supremo indica que apesar da importância da denúncia feita por delatores em relação a Antonio Palocci, ex-coordenador de campanha de Dilma, não haveria motivo suficiente para que fosse aberto inquérito ou sequer arquivamento contra a presidente.

“Nestas situações, não havendo uma indicação com indícios mínimos de participação de eventuais agentes, na linha de reiterada jurisprudência do STF, o ordenamento jurídico e a necessária prudência impõem obstáculo a pleito de instauração de procedimentos perante o Supremo”, escreveu Teori.

E reitera em outro trecho: “Dessa narrativa fática, constata-se que o procedimento foi instaurado exclusivamente em relação a Antonio Palocci Filho, porquanto em relação à ‘referência em envolvimento indireto’ da campanha da presidente da República, o próprio Procurador Geral da República já adiantava excluir, dos elementos a vista, conclusão que conduzisse a procedimento voltado à chefe do poder Executivo. Portanto, a rigor, nada há a arquivar em relação à presidente da República.”

No Palácio do Planalto, o texto de Teori foi recebido com alívio, porque ajuda a reduzir a pressão política dentro do Congresso Nacional.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em delação aos investigadores que o doleiro Alberto Youssef havia lhe pedido R$ 2 milhões para financiar a campanha presidencial de 2010 da então candidata Dilma.

A ordem, segundo Youssef teria relatado para Costa, havia sido dada por Antonio Palocci, então um dos coordenadores da campanha. De acordo com Costa, o dinheiro devia partir da cota de propina de 1% que cera sistematicamente paga ao PP. Youssef nega, em delação, que tenha ocorrido este episódio.

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