O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e relator do caso do sítio de Atibaia (SP), João Pedro Gebran Neto, iniciou os depoimentos do Tribunal que julgam as questões preliminares do processo. Entre elas estão as alegações finais da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que réus delatados só devem ser ouvidos após as delações já serem concluídas.
Em seu depoimento, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, afirmou que o então juiz Sérgio Moro, que comandou parte dos julgamentos da Lava Jato no TRF-4 e condenou Lula a prisão em abril de 2018, teria “conduzido os processos com claros objetivos políticos”. Gebran negou as preliminares apresentadas e reiterou que o atual ministro da Justiça não faz parte do julgamento em curso.
Gebran também negou as alegações de Zanin que pediam suspeição da juíza Gabriela Hardt, responsável por condenar Lula a 12 anos e 11 meses no caso do sítio de Atibaia. Gabriela substituiu Moro quando este pediu exoneração do cargo de magistrado para ocupar o cargo de ministro da Justiça no governo Bolsonaro.
Segundo a defesa, a juíza havia copiado trechos do texto da sentença de Moro no caso do triplex do Guarujá para o processo do sítio em Atibaia. Sobre isso, Gebran afirmou que “a mera coincidência” dos textos não é suficiente para a suspeição do julgamento, pois não se trata de plágio, na visão do desembargador.