O desembargador João Pedro Gebran, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, rejeitou a tese de que a Corte tenha acelerado o julgamento do ex-presidente Lula, nesta quarta-feira, 24. Relator do processo na 8ª Turma, Gebran pediu o aumento da pena contra o petista para 12 anos e um mês, mas explicou que nenhum juiz condena alguém por “ódio”.
“Ainda que houvesse uma aceleração estaria cumprido o que diz meta quatro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O que nós estamos fazendo é cumprir aquilo que é o ideal processual”, justificou ao lembrar que a Justiça tem a obrigação de apreciar com mais celeridade casos de corrupção e improbidade.
“É com sentimento amargo que cumpro meu dever e apresento essa condenação. Nenhum juiz condena alguém por ódio. É dever do julgador entender os fatos e as circunstâncias em que ocorreram. O fato de se tratar de um ex-presidente torna esta tarefa mais dramática. Não julgamos nome ou personagem, julgamos fatos concretos”, explicou.
Ele também rebateu a tese de que o PT, partido do ex-presidente Lula, teria sido alvo da Justiça diante do avanço da Operação Lava Jato. “Os membros do PT não foram nem sequer os primeiros a ser investigados”, disse.
Após a leitura do voto do relator, o presidente da 8ª Turma do TRF-4, desembargador Leandro Paulsen, interrompeu a sessão para um intervalo de uma hora para almoço. O julgamento será retomado a partir das 15h, quando o desembargador Victor Laus irá anunciar seu voto. Em seguida será a vez de Paulsen. Esta fase não tem tempo limite predeterminado.