O presidente do Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba, Francisco Garcez (PSDB), marcou para a próxima terça-feira a reunião fechada para ouvir o presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB) sobre as questões que Derosso não quis responder na sessão de ontem por considerar de foro íntimo. Nesta sessão, Derosso voltará a ser questionado sobre a participação de sua esposa, Cláudia Queiroz Guedes, nos contratos de publicidade da Casa.

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A principal denúncia contra o presidente da Câmara é de ter favorecido a agência de Cláudia Queiroz Guedes nas licitações e aditivos de publicidade da Casa entre 2006 e 2010, mas, no depoimento de ontem, o presidente da Câmara não respondeu a nenhum questionamento que citasse o nome de sua mulher, alegando constrangimento desnecessário e tendo a garantia do presidente do Conselho de que seria novamente ouvido em uma sessão fechada.

Jornal Fantasma

Na sessão secreta de terça-feira, Derosso também poderá ser questionado a respeito do jornal “Câmara em Ação”, para o qual teriam sido destinados R$ 16,6 milhões entre 2004 e 2010, mas não há registros da existência do periódico. A vereadora Professora Josete (PT) pretende protocolar representação no Conselho de Ética na próxima sessão do conselho (provavelmente segunda-feira) com a denúncia sobre o “jornal fantasma”, que teria Cláudia Queiroz Guedes como jornalista responsável.

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A denúncia sobre o jornal já foi protocolada no Ministério Público pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT). O “Câmara Em Ação” seria uma publicação impressa mensal da Câmara de Curitiba, mas não foram encontrados registros de sua distribuição. “Ou o jornal simplesmente não era impresso ou, no mínimo, a tiragem oficial, que consta dos pagamentos milionários feitos à empresa Visão Publicidade, está muito, mas muito superfaturada”, afirma Rosinha. “Conversamos com vários vereadores e ex-vereadores, e também com servidores que há anos trabalham na Câmara de Curitiba, e ninguém nunca viu um único exemplar sequer desse jornal impresso. Tudo indica se tratar de um jornal fantasma”, acrescentou.

“Como se explica que nem mesmo a biblioteca da Casa tenha ao menos um exemplar de cada edição do jornal financiado pela Câmara? Nem ao menos para arquivo”, disse Josete, que só encontrou o jornal em formato PDF, no site da Câmara.

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