Pressionadíssimo

Derosso renuncia à presidência da Câmara Municipal de Curitiba

Em poucos dias, a Câmara Municipal de Curitiba deve ter um novo presidente. A mudança é consequência do pedido de renúncia de João Claudio Derosso (PSDB) do cargo, comunicada nesta segunda-feira (12). O anúncio foi feito exatamente no momento em que os vereadores definiam quem comporia a Comissão Processante, que mais uma vez iria analisar as irregularidades cometidas pelo tucano durante sua gestão. Novas eleições foram marcadas para a próxima segunda-feira (19), a partir das 14h30. Apesar disso, Derosso continua como vereador, a renúncia é somente para o cargo de presidente.

Como Derosso não compareceu à sessão, o comunicado foi lido pelo presidente em exercício, Sabino Picolo (DEM). Depois de 15 anos na presidência, Derosso abandonou o cargo dizendo que a decisão visava “preservar meus pares, bem como a instituição Câmara de acusações negativas e inverídicas”. Em menos de um ano, o tucano foi alvo de investigações do Ministério Público do Paraná (MP-PR), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Conselho de Ética da Câmara e Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da casa. Isso fez com que ele, inclusive, pedisse duas licenças de 90 dias.

Devido aos arquivamentos do Conselho de Ética e da CPI, a oposição se mobilizou para estabelecer uma Comissão Processante para analisar o caso novamente. A comissão seria instaurada durante a sessão desta segunda, após 32 vereadores terem assinado uma lista na qual se diziam favoráveis à medida. Derosso é acusado de cometer irregularidades durante sua gestão como presidente, principalmente em relação a uma licitação para contratação de agência de publicidade para prestação de serviços para a casa, realizada em 2006. Na ocasião, a empresa vencedora foi a Oficina da Notícia, de propriedade de sua esposa, Claudia Queiroz Guedes.

Eleições

Após a renúncia de Derosso, o líder tucano na Câmara, Emerson Prado (PSDB) confirmou que houve uma orientação do partido para que o ex-presidente tomasse essa decisão. “A situação estava insustentável. Então, a única coisa a se fazer era renunciar. A partir do momento que me posicionei desta forma, esta era a orientação do partido”, explicou. Segundo ele, é quase certo que o PSDB tenha um novo candidato para o cargo, já que o partido possui 13 representantes na casa. O nome mais cotado seria o de João do Suco (PSDB). Apesar disso, o vereador Professor Galdino (PSDB) já divulgou que estaria interessado na vaga. O parlamentar foi o último a concorrer com Derosso, quando ainda era do PV e perdeu a eleição por 36 votos a um – ainda houve uma abstenção.

Para o líder da oposição, Jonny Stica (PT), a renúncia de Derosso foi uma vitória da bancada. “A oposição acertou no momento para apresentar o pedido de afastamento definitivo. A grande adesão dos vereadores à lista é um reflexo do que a sociedade pensa. Agora poderemos ter renovação na presidência”, comenta. O candidato da oposição para o cargo já está definido, é Paulo Salamuni (PV). “Esta é uma grande oportunidade para os vereadores viverem uma mudança efetiva na administração da Câmara. Tem muitos pontos que precisam ser revistos. Sei que é difícil (ganharmos), mas estamos aguardando para ver o posicionamento de outros partidos”, comentou. Outros possíveis candidatos seriam Juliano Borghetti (PP), Felipe Braga Cortes (PSDB), Celso Torquato (PSD) e Caíque Ferrante (PRP). O presidente em exercício, Sabino Picolo (DEM) também chegou a afirmar que seu nome “está à disposição”.

 

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