A sessão plenária para escolha do novo presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba realizada na manhã de ontem foi mera formalidade. A exemplo do que aconteceu nas sete vezes anteriores, os vereadores da Casa garantiram o tucano João Cláudio Derosso na presidência por mais dois anos.
Derosso está no cargo há 14 anos. Junto com Derosso, os vereadores elegeram Sabino Picolo (DEM) como primeiro vice-presidente; Tico Kuzma (PSB) como segundo presidente; Celso Torquato (PSDB) para a primeira secretaria; Caíque Ferrante (PRP) para a segunda secretaria; Jairo Marcelino (PDT) para a terceira secretaria e Noemia Rocha (PMDB) para a quarta secretaria. A posse acontece dia 2 de janeiro.
Juliano Borghetti (PP) votou apenas nos nomes de Kuzma, Ferrante, Marcelino e Noemia Rocha. Os três vereadores do PT na Câmara optaram por se abster da votação, conforme haviam anunciado anteriormente.
Professora Josete, Pedro Paulo e Jonny Stica votaram apenas para a quarta secretaria, no nome de Noemia Rocha. A posição rendeu críticas dos tucanos. “Na eleição anterior, o PT votou no Derosso. O que muda votar no Derosso sete ou oito vezes? Ou é que agora o PT não está participando da mesa?”, questionou Jair Cézar (PSDB).
Pedro Paulo respondeu que se chegou a um limite dentro da Câmara. “A posição do PT já foi diferente, defendemos a proporcionalidade. Agora, quem tem que responder por mais essa eleição é a maioria dos vereadores, não apenas nós três”, disse o petista.
Os vereadores Professor Galdino (PSDB), Renata Bueno (PPS), Aladim Luciano (PV) e Roberto Hinça (PDT) não compareceram à sessão de ontem. Renata Bueno enviou uma nota explicando sua ausência.
“Evito assim legitimar um processo que considero viciado, um jogo de cartas marcadas, onde quem perde é a democracia e o mais legítimo interesse público”, afirmou a vereadora, que aproveitou para criticar seus colegas na Câmara por concordarem com mais uma reeleição na presidência da Casa. “Defendo a limitação do número de reeleições em qualquer nível porque considero que a permanência por tempo indefinido tende a cristalizar privilégios e deformações que se perpetuam e corroem internamente qualquer instituição, a exemplo do que ocorreu na Assembleia Legislativa”, completou.
Um projeto que prevê o fim da reeleição para qualquer cargo da mesa executiva da Câmara foi apresentado meses atrás pelo vereador Juliano Borghetti e depende da revisão da Lei Orgânica. “Acreditamos que o projeto possa vir a ser votado em fevereiro ou março do ano que vem”, espera Borghetti.