Depois de faltar ao depoimento na CPI da Câmara de Curitiba que investiga supostas irregularidades nos contratos de publicidade firmados pelo presidente licenciado, João Claudio Derosso (PSDB), a vereadora Renata Bueno (PPS) divulgou um comunicado à imprensa, nesta quarta-feira, em que declara que “Derosso tornou-se um caso para a Justiça, pois está muito claro que internamente já está decidido. Nada acontecerá”. A parlamentar atribui à “máfia Derosso” o dossiê sobre o suposto caixa dois em sua campanha de 2008 e nega irregularidades na prestação de contas.
Com o título “Quem não deve, não teme. E a justiça será feita”, o documento de Renata diz que “a atuação da Câmara Municipal de Curitiba não está causando nenhuma surpresa. Aliás, o andamento da carruagem está exatamente como esperado: lento, inoperante, tumultuado e inócuo. Todas as ‘açõesp da Câmara para o caso Derosso foram um jogo de cartas marcadas e cortina de fumaça para desviar o foco do fato principal”.
“A convocação para meu depoimento na CPI é de caso pensado, justamente para criar um embaraço de quem realmente deve ser investigado”, afirma a vereadora, lembrando que a proposta da comissão processante, que poderia ter resultado na cassação de Derosso, não obteve êxito, e depois ela entrou com mandado de segurança na Justiça pedindo o seu afastamento e, mais recentemente, com ação popular contra o tucano, as agências de publicidade e o município.
Prossegue Renata: “Minha atuação como parlamentar, de fiscalizar e denunciar atos de ilicitude e imoralidade, está salva de qualquer contaminação, pois cumpri tudo o que me coube sem exitar e estarei firme e atuante até o final”.
Segundo a vereadora, “a máfia Derosso, embora poderosa, atua no anonimato – bem típico de mafioso -, pois um suposto caixa dois de minha campanha de 2008 apareceu agora. Uma verdadeira tentativa frustrada de fabricação de documentos, o que certamente será desvendado pelo Ministério Público, pois o caminho correto é esse, para que juntamente com o Tribunal Regional Eleitoral tome as medidas cabíveis. Afirmo isso porque quem não deve, não teme. Tenho a certeza da lisura da prestação de contas da minha campanha e por isso acho necessário que tudo seja esclarecido”.
Renata termina a carta enfatizando que “nos últimos tempos, embora no limite da deselegância, emiti opiniões fortes e firmes e não retiro nenhuma palavra do que disse e reafirmo todas elas, por isso, sigo certa que a Justiça será feita”.
Providências
O corregedor da Câmara de Curitiba, vereador Roberto Hinça (PSD) informou que já encaminhou o dossiê com as denúncias de caixa dois contra Renata para a Mesa Executiva, conforme previsto no regimento interno. “De acordo com nosso levantamento e avaliação da procuradoria jurídica, a Mesa deve encaminhar o caso para o Ministério Público Eleitoral”, afirmou.