Depois de ter acusado o vereador João Claudio Derosso (PSDB) de “nepotismo cruzado” por ter beneficiado sua esposa e sua sogra com cargos públicos, o deputado federal Dr. Rosinha (PT) divulgou nesta segunda-feira (25) mais uma denúncia a respeito de suas atividades como presidente da Câmara Municipal de Curitiba.
De acordo com o parlamentar, os gastos da casa triplicaram em dez anos, passando de R$ 33,4 milhões em 2001 para R$ 100,9 milhões em 2011. A conclusão foi baseada na análise dos relatórios de execução orçamentária disponíveis na internet. No entanto, Derosso afirma que não há irregularidades no aumento da verba da Câmara.
Segundo o vereador, os valores apresentados por Rosinha são referentes ao orçamento da Câmara, aprovado por uma emenda parlamentar. “Existe uma grande diferença entre gastos e orçamento, mas pelo jeito o deputado não tem capacidade técnica para entender isso. Esses valores são de direito da Câmara por lei, pois estão de acordo com a PEC dos Vereadores”, afirma.
Já para o petista, o aumento da verba da Câmara demonstra que Derosso pode ter cometido diversas irregularidades durante os oito mandatos na presidência da casa. “Essa escalada incrível nos gastos da Câmara de Curitiba ao longo dos últimos anos coloca a gestão Derosso ainda mais sob suspeita”, avalia.
O deputado ainda lembra que a Câmara criou 106 novos cargos comissionados, preenchidos sem concurso público em 2005 e 2006. Destes, 68 estariam ligados à presidência. Rosinha também foi responsável pela divulgação de informações, na última sexta-feira (22), que apontam que a esposa e a sogra de Derosso, Claudia Queiroz Guedes e Noêmia Queiroz Gonçalves dos Santos, estão empregadas em cargos públicos do governo do estado e da Prefeitura Municipal de Curitiba.
Para ele, essa relação caracterizaria “nepotismo cruzado”, crítica também rebatida pelo vereador. “A Claudia é jornalista por formação e, por isso, está habilitada a trabalhar na E-Paraná. Além disso, ela tem todo o direito de trabalhar onde é chamada”.
Denúncias de licitação irregular
Sobre as denúncias de irregularidades na licitação de 2006 para contratação de agências de publicidade para prestação de serviços para a Câmara, na qual também teria beneficiado a empresa de sua esposa, Derosso limitou-se a dizer que está “fazendo tudo o que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público do Paraná (MPR-PR) estão pedindo”.
Ele já teria, inclusive, entregado toda a documentação solicitada pelos órgãos a respeito do processo licitatório para que as investigações a respeito do caso prossigam.
Enquanto isso, o caso tem sido acompanhado com interesse por muitas lideranças políticas. Nesta segunda-feira (25), o deputado federal Rubens Bueno (PPS) protocolou um pedido junto à Câmara para ter acesso às informações sobre a licitação.
O parlamentar solicita cópia integral do processo de contratação das agências realizado em 2006, justificando que “os atos são públicos e, como tais, devem ser facilitados todos os meios para serem levados ao conhecimento de todos os interessados”. Ainda na semana passada, a vereadora Professora Josete (PT) também solicitou cópia dos documentos referentes à licitação, mas teve seu pedido negado na sexta-feira (22).