Os deputados estaduais tucanos foram ontem, 11, pedir formalmente ao prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), para que assuma a presidência estadual do partido na convenção que está marcada para outubro, mas que pode ser antecipada para setembro deste ano.
O apelo, feito durante reunião no gabinete do prefeito ontem pela manhã, é parte do movimento para posicionar Beto no centro das articulações da candidatura própria do PSDB ao governo do Estado no próximo ano.
O líder da bancada tucana, deputado Ademar Traiano, disse que há uma inclinação natural pela candidatura de Beto ao governo entre os deputados estaduais. No partido, a indicação é postulada também pelo senador Alvaro Dias, que apresentou sua pré-candidatura na reunião da executiva realizada segunda-feira passada.
“Ele (Beto) tem vontade de ser candidato ao governo. Mas ele é cauteloso e continua advogando a tese de que não pode atropelar o processo. Ele tem uma relação pessoal com o senador Osmar Dias (pré-candidato do PDT) e prefere manter o grupo”, afirmou Traiano.
Mas o prefeito de Curitiba está sendo pressionado a se apresentar como candidato ao governo, observou Traiano. “A região metropolitana e Curitiba são um referencial para o Estado inteiro. Então, a pressão é grande. Aonde ele vai, todos perguntam se ele é candidato”, disse o líder da bancada, citando que até o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez a mesma pergunta a Beto, durante audiência do prefeito de Curitiba com Lula, anteontem, em Brasília.
Para Traiano, há em torno de Beto o que definiu como “clamor da opinião pública” para que ele dispute a sucessão estadual. “Ele não é um nome que foi empurrado para a disputa. Ele é um nome que está nascendo com naturalidade”, disse Traiano. Depois corrigiu, afirmando que Beto é um dos “nomes em potencial” do partido.
Quanto a assumir o comando do diretório estadual, Beto disse aos deputados que não vê obstáculos. O estatuto do PSDB não impede que ocupantes de cargos no Executivo possam exercer funções de direção partidária.
“O Beto tem unanimidade para a presidência”, destacou Traiano. A convenção irá definir o substituto para o deputado Valdir Rossoni (PSDB), que não pode mais ser reeleito.
Retorno ao ninho
A reunião teve a participação do secretário estadual do Trabalho, Nelson Garcia, um dos tucanos que integrou o grupo de apoio à reeleição do governador Roberto Requião (PMDB) em 2006.
Garcia estava licenciado do PSDB por pressão da direção estadual que o ameaçou de expulsão devido à sua participação no governo peemedebista. A orientação, aparentemente, está suspensa, principalmente agora que alas do PSDB e do PMDB ensaiam uma aproximação para a disputa de 2010.
