O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, disse que vai interpelar judicialmente o deputado Jocelito Canto (PTB) para que esclareça as acusações que fez na sessão de ontem, 1, contra o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB).
Em discurso na tribuna, Canto disse que há corrupção na área de saúde e relembrou algumas denúncias feitas contra a administração municipal este ano. Uma delas foi a contratação da empreiteira Iguatemi que, apesar de estar inabilitada para participar de concorrências públicas, foi contratada para realizar obras pela prefeitura de Curitiba.
A empresa pertence ao Alberto Klaus, ex-presidente municipal do PP, partido aliado ao prefeito. Canto também relembrou o caso do Comitê Lealdade e o afastamento de dois funcionários da área de saúde acusados de desvio de recursos.
O entrevero com o deputado tucano começou quando Canto citou que o deputado federal Alceni Guerra (DEM), apontado como um dos coordenadores da pré-campanha de Beto ao governo do Estado e ex-secretário de Planejamento da prefeitura, integrou a administração do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), denunciado na semana passada por operar um esquema de mensalão no estado.
O deputado traçou um paralelo com o Distrito Federal, afirmando que, em Curitiba, também foram denunciadas irregularidades na prefeitura, sem que houvesse punições. “Parece que o prefeito de Curitiba é intocável”, atacou.
Rossoni interrompeu Canto para defender o prefeito. “O senhor não tem o direito de fazer isso, como homem público. Acusar e não mostrar as provas. Faço um desafio. Já que é o rei da honestidade, traga sua folha corrida. Vamos ver quantos processos o senhor tem”, atacou o dirigente tucano.
A resposta de Canto foi que Rossoni exerceu a função de líder do governo Jaime Lerner, que classificou como “o mais corrupto” da história do Paraná. “Vamos ver quem é que enriqueceu…”, disparou o deputado, que atribuiu parte dos processos a que responde na Justiça a perseguições que teria sofrido durante o governo Lerner.
Canto também disse que o governo Lerner não foi investigado pelo Ministério Público Estadual e que, no final de sua administração, o ex-governador presenteou a instituição com uma sede nova. Também relembrou as denúncias de operações irregulares no extinto Banestado.
“Se o Ministério Público tivesse agido, o Banestado não tinha sido vendido”, discursou o petebista, acrescentando que somente os funcionários de baixo escalão foram responsabilizados.
O presidente estadual do PSDB chamou o petebista de “desqualificado e despreparado” e informou que, a partir das notas taquigráficas da sessão, irá à Justiça.
“Eu me nego a fazer este tipo de debate com um desqualificado, mas se não reajo, é como se estivesse concordando com tudo. Eu estou cansado de ver esse deputado fazendo acusações levianas sobre todos. Sobre o prefeito, sobre o Ministério Público e o Judiciário”, disse.