O cafezinho do plenário da Câmara se transformou na noite desta quarta-feira, 10, num auditório apartidário. Reunidos em frente a um telão, parlamentares governistas e de oposição acompanharam a divulgação de trechos do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro.
Enquanto o plenário votava o projeto que regulamenta a vaquejada no País, deputados e assessores comiam e não tiravam os olhos da TV. Em alguns trechos do depoimento, alguns riam e outros comentavam o depoimento. “O Lula é um craque, né?”, disse um deputado.
Sentados um ao lado do outro ou em pé, os fundos do plenário da Câmara reuniu deputados de diversas siglas. Nomes como Jair Bolsonaro (PSC-RJ), Chico Alencar (PSOL-RJ), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Beto Mansur (PRB-SP), Luiz Sérgio (PT-RJ), Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Aelton Freitas (PR-MG) e Marco Antonio Cabral (PMDB-RJ), filho do ex-governador preso Sérgio Cabral deixaram o “quórum” do cafezinho “qualificado”. Como em poucas situações na Casa, o depoimento era acompanhado atentamente, sem torcidas partidárias.
Ao final, o grupo ao redor do telão se desfez e voltou para o plenário. Chico Alencar disse que o ex-presidente foi convincente. “Lula é muito hábil, sagaz. Ele tem uma habilidade singular”, avaliou. Já Bolsonaro discordou do colega. “Para mim ele continua um mentiroso. Está no DNA do petista”, declarou.
Os parlamentares aguardaram ansiosamente durante todo o dia a divulgação do depoimento. O canal de notícias só foi trocado por um de esporte duas vezes, quando os deputados já não tinham mais perspectiva de quando sairiam as primeiras imagens.