Os deputados federais Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) e Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) iniciaram um protesto hoje à tarde no Salão Verde da Câmara dos Deputados contra a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil. Os dois parlamentares prepararam uma faixa com os dizeres “Holocausto nunca mais” e pretendem exibi-la em plenário durante a visita do presidente do Irã à Câmara. O líder iraniano foi recebido no Palácio do Itamaraty pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Acompanha os deputados no protesto Ben Abrahan, presidente da Associação de Sobreviventes do Nazismo e vice-presidente mundial da mesma associação. Abrahan, que completará 85 anos no próximo mês, é polonês naturalizado brasileiro e contou aos jornalistas ter passado cinco anos e meio em campos de concentração nazista durante a segunda guerra mundial, inclusive em Auschwitz, no sul da Polônia, um dos símbolos do Holocausto.
“Passei cinco anos e meio no campo de concentração nazista. Vi as câmaras de gás e as chaminés dos crematórios expelindo fumaça preta e senti nas minhas narinas o cheiro de carne queimada, e agora vem esse homem e nega o holocausto e é recebido como chefe de Estado pelo nosso governo do Brasil”, protestou Abrahan, que também porta uma faixa com o escrito “Ninguém pode apagar a história”.
Itagiba, autor de um projeto de lei que torna crime a negação da ocorrência do Holocausto, também criticou a visita do iraniano. Para ele, o Brasil não deve manter diálogo “com quem faz escárnio com a maior violência do mundo, que foi o holocausto”. Recentemente, Ahmadinejad deu declarações como a de que o Holocausto não existiu e a de que Israel deveria ser varrido do mapa.
“Causa vergonha ao Brasil porque o Brasil deu um passo importante para que existisse o Estado de Israel. Nada contra o povo iraniano, que também está sendo massacrado, teve suas eleições fraudadas e tem seus direitos humanos desrespeitados”, disse Itagiba.