No “divã” depois da derrota do PT neste domingo (01), na eleição para Mesa Diretora da Câmara, deputados da corrente majoritária do partido se reuniram na manhã desta segunda-feira (02) para “digerir” o resultado e traçar uma estratégia de reação para tentar pelo menos diminuir o isolamento da sigla na Casa.

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Com o diagnóstico de que a bancada e o governo adotaram uma estratégia “completamente equivocada” na campanha de Arlindo Chinaglia (PT-SP), vencido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda no primeiro turno, os petistas decidiram que precisam levar um recado claro ao Palácio do Planalto: o ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Relações Institucionais, e o líder do governo na Câmara Henrique Fontana, ambos do PT gaúcho, não têm mais condições de permanecer em seus postos.

Além do mais, eles vão levantar a tese de que um peemedebista precisa integrar o núcleo duro da articulação política do governo, sob pena de a presidente Dilma Rousseff e o próprio PT viverem um inferno astral no Legislativo pelos próximos quatro anos.

“O governo tem que ser reconfigurado nas relações com o Parlamento, em especial na Câmara”, disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, um dos deputados da corrente Construindo Um Novo Brasil (CNB) que participou de uma reunião convocada para “lavar a roupa suja” na manhã de hoje, na Câmara.

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Diante do clima “antiPT” instalado no Legislativo, os deputados chegaram ainda a outra conclusão: é preciso colocar alguém de fora do PT em um posto chave da articulação política do Palácio do Planalto com a Câmara.

“É preciso colocar alguém de fora do PT nas Relações Institucionais ou na liderança do governo”, disse um dos presentes. “Não dá para ter um núcleo duro só do PT”, acrescentou.

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O ideal, disse, é que um político do PMDB seja alçado para essa tarefa. O encontro desta manhã reuniu seis petistas: Carlos Zarattini (SP), Luiz Sérgio (RJ), Vicente Cândido (SP), José Mentor (SP), Sibá Machado (AC) e Beto Faro (PA).

Ontem (01), a presidente Dilma sofreu uma dura derrota na Câmara. Eduardo Cunha, seu desafeto pessoal, conquistou a presidência da Casa com mais de 100 votos de vantagem sobre Chinaglia, candidato do governo. De quebra, o peemedebista articulou um bloco parlamentar que excluiu o PT da cúpula da Câmara e das principais comissões temáticas.

Crise

A portas fechadas e exaltados nesta manhã, os petistas da CNB chegaram a falar em “sobrevivência do PT” e que era preciso se posicionar sobre a inviabilidade de Fontana ser o interlocutor do governo na Câmara diante da crise pela qual o partido passa. “Tem que ir ao Rui (Falcão, presidente do PT) e dizer que não dá mais para continuar com o Fontana”, esbravejou, durante o encontro, um dos parlamentares.

Ao fustigar Pepe, os presentes lembraram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalava para a Secretaria de Relações Institucionais pessoas com estofo político para negociar com a base aliada, como Aldo Rebelo e Walfrido Mares Guias.