Às vésperas do encontro entre o governador Orlando Pessuti (PMDB) e o presidente Lula (PT), marcado para hoje em Brasília, um manifesto assinado por treze dos dezessete deputados estaduais do PMDB pede que, nas negociações sobre alianças para a disputa eleitoral deste ano, os articuladores também zelem pelo interesse das candidaturas do partido à Assembleia Legislativa e ao Senado.

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O documento, divulgado ontem, não menciona a candidatura do governador Orlando Pessuti (PMDB) à reeleição. Um dos idealizadores do manifesto, o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli justificou que os deputados respeitam o projeto de reeleição de Pessuti, mas acham que também devem ser consideradas as candidaturas proporcionais e a candidatura do ex-governador Roberto Requião ao Senado.

“O Pessuti tem preservado o interesse dele que é ser candidato. Respeitamos, mas é necessário preservar as candidaturas do Requião e dos deputados”, afirmou.

Daniel Caron
Pessuti: encontro com Lula.

Em qualquer aliança que Pessuti venha a fechar, o que os deputados estaduais do PMDB querem mesmo é garantir a coligação proporcional com outros partidos. A formação de uma chapa com outras siglas é vista como a tábua de salvação para a reeleição de grande parte dos atuais dezessete deputados estaduais. “É condição “inafastável” para nós na hora de decidir uma aliança. Nós temos essa posição”, disse Romanelli.

Opções

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Eleitos em 2006, com votações acima de 37 mil votos, os deputados estaduais peemedebistas vão precisar do impulso da eleitoral de outras siglas para manter o patamar da bancada. Conforme Romanelli, a bancada vai precisar de, no mínimo algo em torno de 40 mil votos para conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa.

Daniel Caron
Requião: nome ao Senado.

O “chapão”, que está sendo negociado entre os aliados do PSDB, é o sonho dos deputados estaduais peemedebistas. Nos bastidores, eles ameaçam propor o apoio do partido ao candidato tucano ao governo, Beto Richa (PSDB), na convenção estadual do PMDB para serem aceitos na coligação que está sendo negociada entre o PSDB, o DEM, PP e também o PDT.

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Internamente, o PMDB está dividido entre a candidatura de Pessuti, a coligação com o PDT, em apoio a Osmar Dias para o governo, e a aliança com o PSDB, em apoio a Beto Richa.

Porém, o que parece mais próximo do PMDB, no momento, é uma coligação com o PT, se Pessuti for candidato ao governo, ou com PT e PDT, se houver um acordo entre os partidos da base de Lula no Congresso Nacional para fechar aliança em torno da candidatura do senador Osmar Dias ao governo. “Nós admitimos aliança com o PT se o senador Osmar Dias for apoiar o PSDB, mas queremos coligar na proporcional”, disse Romanelli.