Deputados da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos dizem que vão continuar as investigações mesmo que seja criada uma CPI no Senado sobre o mesmo assunto. O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, confirmou para esta terça-feira (8) a leitura do requerimento de criação da CPI só de senadores para investigar o mau uso dos cartões corporativos. Deputados integrantes da CPMI garantem, no entanto, que a CPI paralela não vai prejudicar os trabalhos.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que integra a CPMI, avalia que a duplicidade de comissões de inquérito atende "aos caprichos da oposição", mas ele é um dos que acreditam que os trabalhos na CPI mista vão prosseguir. Teixeira ressalta, porém, que a oposição terá dificuldades em garantir presença nas duas comissões. "Eles (oposição) não têm maioria em nenhuma das duas CPIs, então vai ser uma duplicação desnecessária. Mas a oposição assim quer, e o Regimento do Senado permite duas CPIs na mesma Casa com o mesmo objeto".
Para outro integrante da comissão, deputado Indio da Costa (DEM-RJ), o governo não pode manipular o trabalho do Congresso por meio de sua maioria. Ele considera a CPI do Senado necessária para aprovar requerimentos que tenham sido rejeitados na comissão mista. Costa avalia que a CPI dos senadores pode complementar o trabalho da CPMI. "O importante é dizer que em nenhum momento vamos desistir de ir até o final, de levantar as informações para poder cobrar as responsabilidades do governo com o uso dos cartões. Isso não significa dizer que vai ser via CPMI ou via CPI. Onde tivermos mais fertilidade para poder prosperar, vamos investir mais", ressaltou.
