O procurador-geral do Ministério Público no Tribunal de Contas do Paraná, Laerzio Chiesorin Júnior, defendeu ontem que todos os deputados coloquem à disposição seus sigilos bancário e telefônico assim que assumirem o cargo. A declaração foi feita na reunião da Sub-Relatoria de Normas de Combate à Corrupção da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. "Os deputados são agentes públicos", afirmou o procurador.
A reunião fez parte de uma série de debates que a sub-relatoria vem promovendo sobre formas de inibir crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Chiesorin Júnior também pediu a diminuição de cargos comissionados, hoje em 22 mil no poder público federal. Como exemplo das conseqüências negativas da indicação de cargos de confiança, o procurador citou o caso de vereador do Paraná que nomeava funcionários e depois ficava com parte dos salários.
No encontro, o procurador também propôs alterações nos relatórios exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, tornando os textos compreensíveis para o cidadão comum. "Do jeito que são feitos, não há informações legíveis para a sociedade acompanhar o que ocorre na administração pública."
Chiesorin Júnior também sugeriu a criação de uma coordenadoria para todos os órgãos de controle da administração. Ele observou que atualmente o Ministério Público pode ter uma informação importante para o TCU (Tribunal de Contas da União), mas os dados não são repassados. "Esse órgão poderia centralizar o envio das informações."