No primeiro dia de funcionamento da Assembléia Legislativa, ontem à tarde, os deputados abriram guerra contra o que classificam como tráfico de influência no Tribunal de Contas em benefício de candidatos a deputado estadual que têm laços familiares com alguns conselheiros.

De acordo com a denúncia feita por vários deputados, mas expressada em tribuna por Luiz Carlos Zuk (PDT), ex-vereadores, vereadores, ex-prefeitos e prefeitos vêm sendo pressionados a apoiar os parentes dos conselheiros em troca da aprovação de contas pendentes no .

Zuk pediu providências da Mesa Executiva da Assembléia Legislativa e sugeriu que o Ministério Público investigue o que seria a atuação irregular de conselheiros na campanha eleitoral. “Estamos fazendo um alerta á Presidência da Assembléia porque o TC é um órgão auxiliar do Legislativo e estas práticas precisam ser reprimidas”, afirmou o pedetista.

O deputado Nelson Garcia (PFL) também confirmou que aliados seus no Interior do Estado estão sendo vítimas de pressões de candidatos à Assembléia Legislativa, ligados aos conselheiros do Tribunal de Contas. “No Paraná inteiro, ex e atuais prefeitos estão sendo chamados por um candidato a deputado estadual que promete a liberação das certidões – documento exigido para a regularização da situação das prefeituras -no TC para aqueles que oferecerem apoio à sua candidatura. É uma vergonha usar o Tribunal para este tipo de coisa”, criticou o pefelista. Segundo ele, os ex-prefeitos e vereadores são atendidos pelo assessor jurídico do candidato, que os recebe no comitê eleitoral, em Curitiba.

Outro caminho

Para o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB), os deputados devem recorrer à Justiça e ao Ministério Público, que seriam as instâncias adequadas para apurar as denúncias. “A Mesa Executiva da Assembléia não é um órgão fiscalizador da campanha eleitoral”, afirmou Brandão.

Ele almoçou ontem com o presidente do Tribunal de Contas, Rafael Iatauro, para discutir o problema. “O conselheiro afirmou que desconhece este tipo de atuação e está à disposição dos deputados para conversar”, comentou.

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