A aproximação do vencimento do prazo, no final de setembro, para a filiação partidária de candidatos às eleições do próximo ano começa a movimentar o plenário da Assembléia Legislativa. Ontem, o deputado Mauro Moraes anunciou sua saída do PL, alegando desavenças com o pastor Edson Praczyk, e foi se juntar ao grupo formado por Jocelito Canto e Luiz Carlos Martins, que estão sem partido e em processo de definição da nova sigla.
Além deles, o deputado Ailton Araújo também está de saída do PTB e negocia a entrada em um novo partido. A bancada do PMDB, que já é a maior em plenário, está anunciando novas filiações e se considera o destino predileto dos deputados que estão abandonando suas siglas. Até a data-limite para novas filiações, o PMDB estima que a bancada pode crescer até o número de vinte deputados. Atualmente, são doze. Na mira do PMDB e vice-versa, estão deputados do PTB, PP e PL.
Anteontem, o governador Roberto Requião convidou o deputado Geraldo Cartário, que está há pouquíssimo tempo no PP, para ingressar no PMDB. Jocelito Canto, ex-PTB, também é outro que estaria em negociações com os peemedebistas. Já o deputado Ailton Araújo está a um passo de acertar sua entrada no PPS, depois de uma negociação frustrada com o PSDB.
Sem destino
Em reunião da bancada do PMDB, anteontem, na casa de Cleiton Quielse, os deputados do partido do governador fizeram uma projeção da migração partidária até setembro. "O PTB está fechando para balanço. O PL está acabando. O Cartário, por exemplo, disse para nós que se não limparem o PP nacional, ele cai fora", afirmou o deputado Antônio Anibelli, o líder da bancada do PMDB na Assembléia Legislativa.
Anibelli chegou até a cogitar que o PMDB também poderia ser o novo endereço do petista Natálio Stica, caso ele resolva deixar o partido. Stica nega a intenção, mas os peemedebistas acham que dependendo do resultados das eleições internas do PT, em setembro, alguns petistas podem deixar o partido.
No PTB, com a saída de Canto e a possível desfiliação de Araújo, o partido pode se resumir a um representante na Assembléia Legislativa, o deputado Carlos Simões. No PL, além de Mauro Moraes, pode sair também o deputado Chico Noroeste. Neste caso, o PL também pode virar uma bancada exclusiva de Praczyk.
A saída de Moraes ontem foi explicada por divergências internas. Praczyk queria pedir a expulsão de Moraes, acusando-o de não ter sido solidário no episódio do mensalão, denunciado por Requião. Praczyk foi acusado pelo governador de ter exigido verbas de publicidade do secretário da Comunicação, Airton Pisseti, em troca de apoio aos projetos de interesse do Palácio Iguaçu, na Assembléia Legislativa. Apesar de ter participado da mesma reunião com Pisseti, Mauro Moraes não confirmou a informação do colega.
Praczyk quis processar o governador e Moraes não concordou, dizendo que se trata de uma briga pessoal que não deveria ser levada ao partido. Além disso, Moraes também mencionou entre os motivos de sua saída a crise nacional do PL, acusado de ser um dos partidos que teriam sido beneficiados com o suposto pagamento de mensalão no Congresso Nacional.