Deputados concordam com a lei seca

Os deputados paranaenses aprovam a polêmica lei seca que limitou o consumo de bebida alcóolica pelos motoristas e criou a multa de R$ 957 para aqueles que forem flagrados com mais de 0,2 grama de álcool por litro de sangue.

Em consulta feita pela assessoria de imprensa da Assembléia Legislativa, a maioria dos deputados se mostrou favorável à medida.

O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), classificou como ?ótima? a nova lei. Ele disse que o consumo exagerado de álcool é um ?caso de calamidade pública? e que as resistências iniciais serão removidas. Assim como ocorreu com a obrigatoriedade do cinto de segurança.

A deputada Rosane Ferreira (PV) defendeu uma lei mais severa ainda. Ela disse que a lei deveria obrigar os fabricantes de bebidas a divulgarem no rótulo das garrafas os efeitos do álcool sobre a saúde, além de taxar ainda mais o produto.

Outra medida proposta pela deputada é a cassação da concessão dos alvarás dos estabelecimentos que vendem bebidas para menores. ?Hoje 13% dos adolescentes têm um grau de dependência alcoólica?, comentou.

O deputado Antonio Belinati (PP) disse que nunca consumiu uma gota de álcool, sabe que o produto é fonte de vários problemas, mas acha que os legisladores exageraram na dose.

?Nunca bebi nada de álcool, mas vejo a desgraça que a bebida já causou para um número incontável de cidadãos. Mas a lei foi pesada demais e haverá necessidade de muitas cadeias para abrigar as pessoas que descumprirem a nova norma?, comentou.

O deputado Tadeu Veneri (PT) afirmou que a lei em alguns pontos pode ser considerada rigorosa e pode até ser ajustada, mas jamais não aplicada. Em alguns casos, Veneri acredita que a regra poderia até ser mais severa determinando o leilão do carro do motorista que for flagrado dirigindo sob efeito de álcool. ?O rigor deve ser proporcional ao estrago que causa na sociedade por conta das pessoas que são vitimadas pela combinação álcool e direção?, argumentou.

A Lei 11.705 modifica o Código de Trânsito Brasileiro e além da multa, prevê ainda a suspensão da carteira de motorista por um ano, a apreensão do carro e ainda poderão ser presos caso sejam flagrados com um índice superior a 0,6 grama, o equivalente a duas latas de cerveja. As penas poderão variar de seis meses a três anos de cadeia.

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