Deputado quer que Brasil denuncie fraudes em eleições no Zimbábue

O Brasil deveria denunciar na Organização das Nações Unidas (ONU) a violência e as fraudes nas eleições do Zimbábue. Essa é a opinião do deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) que representou a Câmara dos Deputados como observador do primeiro turno do pleito.

Segundo o deputado, ficou evidente que houve fraude nas eleições devido ao atraso anormal na contagem dos votos para presidente. "Acabaram reconhecendo a vitória da oposição no Legislativo, mas seguraram o resultado da eleição presidencial, que é muito mais fácil de apurar. Ao segurar esse resultado, ficou muito claro que algo anormal estava acontecendo", afirmou Pannunzio. No primeiro turno, o candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, conseguiu pequena vantagem sobre o atual presidente Robert Mungabe, de acordo com o resultado divulgado pelo governo.

Devido onda de violência promovida pelos simpatizantes de Mungabe, o candidato da oposição desistiu de participar do segundo turno das eleições. Uma decisão correta, na avaliação de Pannunzio que acredita que é impossível realizar uma eleição limpa sob o controle do Mugabe. "Se não há garantias de que quem votar nele (Tsvangirai) não será violentado, perseguido ou assassinado, o melhor que ele faz é denunciar o processo", ressaltou o deputado.

Para Pannunzio, há o risco de uma guerra civil, uma vez que o governo local perdeu a legitimidade para coordenar a eleição.

De acordo com a BBC Brasil, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) disse lamentar profundamente a decisão do governo do Zimbábue de seguir em frente com a eleição presidencial no país, que foi realizada nessa sexta-feira (27). O atual presidente, Robert Mugabe, tem a vitória garantida após o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, ter boicotado o segundo turno da eleição.

A contagem dos votos está sendo realizada neste sábado (28).

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