Deputado que deixou o PPS consegue manter o mandato

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu na terça-feira (10) que o deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), que deixou o PPS em 12 de julho de 2007, após o prazo permitido pela Lei Eleitoral, saiu do partido por justa causa, o que lhe permitirá permanecer com o mandato após a troca. O relator do caso na Corte, ministro Arnaldo Versiani, acatou o argumento de perseguição política e grave discriminação pessoal como motivos da justa causa. A legenda havia pedido a cassação de Resende, baseada na Resolução 22.610 do TSE, de acordo com a qual o mandato eletivo pertence à sigla, e não ao parlamentar. Desta forma, o congressista que abandonou a agremiação sem justa causa após 27 de março de 2007 deve perder o mandato e o suplente do partido ou coligação é empossado no lugar.

No julgamento do tribunal, o PPS alegou que o motivo para a desfiliação de Resende teria sido “cooptação política”. Segundo a defesa da legenda, o deputado do Mato Grosso do Sul teria sido convencido a mudar para o PMDB, em troca de mais apoio na cidade natal dele, Dourados, no sul do Estado. O PPS acrescentou que Resende não foi perseguido e citou como suposta prova a carta que ele enviou à sigla após a desfiliação, elogiando todo o período que passou na agremiação.

Já a defesa do deputado argumentou que houve perseguição política e discriminação. Conforme a defesa, Resende tinha posicionamento contrário a opiniões do PPS, o que teria levado a uma perda de espaço dentro do partido. Para a defesa, a carta de despedida foi enviada porque o deputado sul-mato-grossense “é um homem simples e teve a cordialidade de agradecer o convívio fraterno que teve com seus colegas”. A defesa do PPS acrescentou ainda que a bancada o convidou para retornar à legenda.

Versiani, ao acatar o argumento do parlamentar, citou o testemunho do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que afirmou ter conhecimento de perseguição política contra Resende. De acordo com o depoimento de Ciro, o deputado sul-mato-grossense teria deixado de ser consultado pelo PPS sobre decisões partidárias e de participar do programa da sigla. Além disso, o deputado do PSB do Ceará acrescentou que Resende não era mais indicado a ocupar comissões de destaque na Câmara dos Deputados. O presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, concordou com o relator do caso. Britto destacou que o convite do PPS para o retorno de Resende é um “atestado das razões” de desfiliação do deputado, “dizendo que ele tinha razão para se desfiliar”.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna