Belo Horizonte (AE) – O deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) manuseou a suposta lista de beneficiários do caixa dois da empresa Furnas Centrais Elétricas, o chamado "dossiê Furnas". O documento teria sido levado ao gabinete dele na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em meados de setembro pelo suposto lobista Nilton Monteiro. Dias antes, Correia havia tentado, sem sucesso, instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a relação das empresas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza (as agências de publicidade SMP&B e DNA Propaganda) com as estatais mineiras. Diante das informações contidas na relação, ele passou a colher evidências para tentar comprovar a veracidade.
Ao analisar o rol, Correia disse que ficou surpreendido com as informações referentes à campanha de reeleição em 1998 do então governador de Minas Gerais e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB). "O documento trazia o nome do ex-governador, atestando o uso de um caixa dois na sua campanha. Então, por outras fontes, vi que as informações batiam. Não tenho dúvidas, Furnas trabalhava para fazer caixa dois", afirma o deputado estadual do PT de Minas Gerais, que entregou a cópia da listagem aos Ministérios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) para apuração.
Correia diz que não tinha qualquer ligação com Monteiro, que teria sido levado ao gabinete dele por um intermediário. Ontem, Correia enviou uma carta ao secretário-geral do PSDB, deputado Eduardo Paes (RJ), confirmando ter visto o original da lista.