Foto: Agêcia Brasil

Aldo Rebelo: "Acho muito difícil que isso aconteça".

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O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou ontem que não acredita na existência de um "acordão" para livrar deputados da cassação. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa está analisando 11 processos contra deputados. "Eu não acredito na possibilidade de acordo nem para cassação, nem para absolvição, e acho muito difícil que isso aconteça. Nem no Conselho de Ética, porque o voto é aberto e todos os deputados têm demonstrado postura independente. E acho muito mais difícil qualquer acordo no plenário de 513 deputados", afirmou Aldo.

Anteontem, o relator da CPMI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse temer que muitos dos acusados de receber dinheiro de um suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio político não sejam punidos. Serraglio levantou a suspeita de um "acordão" na Câmara para evitar novas cassações.

O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), também não acredita na existência de um acordo. "Não acredito em nenhum tipo de acordo. Ao contrário, acho que, se alguém tem expectativa de que o resultado da não-cassação do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG) vai aliviar a situação para os outros, eu tenho a visão completamente oposta", disse Maia.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que não teme um "acordão", mas ressaltou que todo alerta "é bem-vindo". Para Sampaio, as decisões do Conselho de Ética, do qual faz parte, deveriam ser respeitadas. "É importante que as decisões do Conselho de Ética sejam respeitadas porque não estão partidarizadas", destacou.

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Aldo Rebelo evitou comentar as declarações da oposição de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu abrir os cofres ao entrar em 2006, um ano eleitoral. Segundo Aldo, as declarações mais parecem ‘choro de carpideira’. "Não é meu papel tratar de abertura de cofre, mas tenho confiança na responsabilidade do presidente Lula na condução do País", disse o presidente da Câmara dos Deputados. Segundo Aldo Rebelo, "em ano de eleição, há muito choro de carpideira em novena encomendada. É normal que as carpideiras fiquem o tempo todo traçando conjecturas sobre tudo".