Pacote da discórdia

Deputado diz que foi chantageado por voto pró-governo

O deputado Adelino Ribeiro (PSL) acusou o governo de chantageá-lo para votar a favor do pacote de medidas de austeridade. Durante a sessão de ontem, ele disse que o secretário da Saúde, Michele Caputo, condicionou a liberação de um ônibus para o transporte de pacientes de um município da base eleitoral do parlamentar ao voto favorável ao projeto do governo. O secretário negou as acusações e disse que sequer conversou com Ribeiro.

Segundo o deputado do PSL, ele solicitou no ano passado um ônibus para transportar pacientes em tratamento contra o câncer de Alto Piquiri, no Noroeste do estado, para Cascavel. Na época, a secretaria negou o pedido, por causa da legislação eleitoral.

Ribeiro diz que acompanhava uma visita do prefeito do município a Curitiba, na semana passada, e aproveitou para ligar para Caputo solicitando novamente o veículo. “Liguei para o secretário e ouvi: ‘vote lá que a gente vai entregar o que o senhor quer’, afirma o deputado.

Segundo o parlamentar, o ônibus está parado no pátio da secretaria de Saúde. Ele afirmou, ainda, que não é um deputado que “aceita barganha” e que não ia votar a favor do projeto por ser, no seu entender, negativo para o funcionalismo. Apesar de ser da base de apoio do governo, Ribeiro votou contra o requerimento para a formação de uma comissão geral, que acelera o trâmite do projeto.

Em nota, a Secretaria da Saúde afirmou que “o governo do estado nunca condicionou a entrega de equipamentos de saúde ou serviços de qualquer natureza ao apoio político. Todos os 399 municípios recebem investimentos do estado para qualificar o serviço público de saúde”.

Segundo a secretaria, foram adquiridos cem ônibus para transporte de pacientes, mas eles serão distribuídos a Consórcios Intermunicipais de Saúde, e não para municípios específicos. Além disso, de acordo com a secretaria, o governo do estado transferiu R$ 240 mil para que a prefeitura de Alto Piquiri, o município da base do deputado, adquirisse veículos para o transporte de pacientes de acordo com sua necessidade.

O secretário não quis dar entrevistas, mas afirmou, por meio de sua assessoria, que não conversou com Ribeiro na última semana.

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