O deputado Fernando Chiarelli (PDT-SP) pediu, esta semana, a investigação das práticas administrativo-financeiras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A empresa é presidida por Wagner Rossi, antigo desafeto político de Chiarelli em Ribeirão Preto (SP), onde ambos residem e têm bases políticas.

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“Tenho recebido diversas reclamações, principalmente sobre o processo de aquisição de alimentos para a distribuição, bem como críticas de pequenos e médios produtores”, afirmou o deputado.

Chiarelli entrou com requerimentos no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Ministério da Agricultura, além de uma representação na Procuradoria da República. O deputado pede informações, principalmente, dos mecanismos de controle de despesas utilizados pela Conab, dos processos licitatórios para aquisição de bens e serviços e da aplicação de recursos repassados via convênios e subvenções.

O parlamentar pede ainda que sejam investigados processos de aquisição de alimentos e de cestas básicas para atender programas emergenciais. “É bom que se esclareça que, quem está no comando, é um cidadão que está sob suspeita eterna de envolvimento em atos de improbidade, chamado Wagner Rossi”, completou Chiarelli.

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Indagado se os pedidos de investigação na Conab poderiam ter um caráter pessoal, já que ambos são inimigos políticos, Chiarelli resumiu. “O princípio da impessoalidade é constante na Constituição Federal, e o agente público, como eu, deputado federal, tenho de obedecê-lo. Portanto os pessoalismos não entram em detalhe”, concluiu.

À Agência Estado, o presidente da Conab, que entre outros cargos anteriores, já foi secretário da Educação e dos Transportes de São Paulo e comandou o Porto de Santos, afirmou que “a única atividade conhecida do deputado é atacar a honra alheia”. Rossi considerou as acusações de Chiarelli como “um problema pessoal” e completou: “essencialmente é inveja, pois tive uma vida política”, completou o presidente Conab, ligado ao PMDB e que também já foi deputado federal.

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Rossi afirmou que todas as contas dos órgãos sob seu comandado no passado foram aprovadas e que “todos os pouquíssimos questionamentos que foram feitos na Justiça” tiveram decisões favoráveis a ele. “Também, nos meus dois anos na Conab, as minhas contas foram aprovadas”.

O presidente da estatal disse esperar que Chiarelli esteja agindo de boa-fé e que, para isso, “a Conab estará inteiramente aberta e à disposição ao deputado, assim como para quaisquer órgãos de fiscalização, que tradicionalmente já acompanham as operações da companhia”, afirmou. “A Conab é uma empresa absolutamente transparente, todas as operações são feitas em bolsa, em pregões eletrônicos, mediante cadastramento dos produtores e cooperativas”, concluiu.