A deputada distrital Eurides Brito (PMDB), foi notificada hoje sobre o processo que responde na Câmara Legislativa do Distrito Federal por quebra de decoro parlamentar. Agora, mesmo que renuncie ao mandato, ainda pode, ao final do processo, ter a inelegibilidade decretada pelo Legislativo local. A deputada chegou a confidenciar a aliados que renunciaria, mas, nos últimos dias, afirmou, reiteradas vezes, que responderia ao processo no cargo.
A deputada protagoniza vídeo no qual recebe maços de dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, principal testemunha do “mensalão do DEM”, investigado pela Operação Caixa de Pandora.
Em nota, divulgada no fim de semana, Eurides Brito afirmou que o dinheiro que recebe no vídeo era do ex-governador Joaquim Roriz, de quem era aliada. O dinheiro seria o pagamento de festas de campanha promovidas pela deputada para a eleição dela e de Roriz, que, em 2006, disputou e ganhou uma vaga ao Senado.
A assessoria de imprensa de Joaquim Roriz disse que a versão de Eurides Brito é “fantasiosa”. “Acho que ele (Roriz) não deve ter falado isso, porque é uma palavra muito complexa para ele”, rebateu Eurides Brito, em coletiva à imprensa, após ter sido notificada.
Eurides Brito não quis polemizar com a deputada distrital Jaqueline Roriz (PSC), que a chamou de “grande cara de pau”, e disse que não guarda rancor da família Roriz. “Não sou cabotina”, disse. Questionada se tinha os recibos das tais festas pelas quais teria sido ressarcida por Joaquim Roriz, a deputada respondeu que não porque, segundo ela, confiava nele.
A deputada disse ainda não ter estranhado o recebimento de dinheiro em espécie. Segundo Eurides Brito, política se faz com dinheiro vivo, “aqui e em qualquer lugar do Brasil”.